os móbiles

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Foi estudando Montessori que descobri o mundo mágico dos móbiles. Os móbiles artesanais são uma aventura deliciosa, que envolve os sentidos, o raciocínio e te impõe desafios. Desafios que ficam mais complexos quando a cabeça da grávida já funciona a 50% da potência.

Fizemos os móbiles da Manu quando ela ainda estava na barriga, e isso foi parte do meu processo de espera, do processo de construir aqui fora o mundo que gestava ali dentro, de expandir os traços da vida que estávamos desenhando a três. Para executar os móbiles, pesquisei bastante na internet, mas me guiei basicamente por dois blogs: esse aqui, que é MUITO completo e um dos meus favoritos e esse aqui, onde há um bom tutorial para o Munari.

O Móbile Munari foi o primeiro móbile da Manu. Utilizamos ele ao longo do primeiro mês. A ideia era trocar de móbile a cada 15 dias; em alguns isso até aconteceu, mas fui ajustando conforme observava ela. Os que ela se interessava acabavam ficando mais tempo, os que ela não curtia muito foram tirados antes.

Esse móbile foi feito com varetas de pipa (tive que usar duas juntas para cada haste porque eram muito moles e flambavam). A preta e a branca eu revesti com com fita de cetim e a preta e branca com papel impresso. As formas geométricas recortei e colei com papel triplex branco e preto. A argola de acrílico substituiu a esfera transparente do móbile original, já que eu não encontrei nada que fizesse seu papel. Todas as peças foram presas às varetas com linha de pescaria. Confesso que fazer as peças foi bem fácil, agora montar o móbile é que foi dureza. Junte uma ariana sem paciência com a leseira da gravidez… O grande segredo de todo móbile é exatamente a montagem e o equilíbrio das peças (equilíbrio, oi?), a distribuição e a distância de cada coisa do conjunto. No fim deu certo, não ficou perfeito, mas atingimos o objetivo e a Manu parece ter gostado. Na hora de montar vale atentar para as proporções e distâncias que está no tutorial do link que deixei lá em cima.

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Mobile Munari

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Mobile Munari

Para quem quiser baixar o molde para as peças de papel do Munari, é só clicar nos links abaixo:

Mobile Munari – peça 1 Mobile Munari – peça 2 Mobile Munari – peça 3 frente Mobile Munari – peça 3 verso

O segundo foi o Móbile Octaedro, feito com papel laminado dobrado, nas cores vermelho, amarelo e azul, também presos à vareta de pipa dupla, com linha de pescaria. O sucesso desse foi mediano e acabou ficando só 15 dias mesmo.

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Mobile Octaedro

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Mobile Octaedro

Para quem quiser baixar o molde para as peças de papel do Octaedro, é só clicar no link abaixo:

Mobile Octaedro

O terceiro móbile foi o de maior sucesso e por isso ficou lá do segundo até o quarto mês. O Móbile Gobbi foi feito com cinco bolas de isopor, revestidas com fio de lã, cada uma em um tom, que foi do amarelo clarinho ao vermelho, também presas em vareta dupla de pipa, cada bola em uma altura. Esse móbile chamou muito a atenção da Manu desde o começo, primeiro pelas cores, depois pelo movimento. Movimento que aliás a estimulou naturalmente a também se movimentar. Ela começou com as mãozinhas e depois com os pés, e depois de um tempo ela já estava lá, interagindo com aquele objeto e fazendo ele girar. Era MUITO legal vê-la interagindo, ela ficava MUITO feliz quando conseguia acertar as bolinhas.

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Mobile Gobbi – primeiras impressões

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Mobile Gobbi – acertando as bolinhas

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Mobile Gobbi – a felicidade!

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Mobile Gobbi – as bolinhas de perto

O quarto móbile foi o Móbile Bailarinas, feito com papel holográfico. E quem disse que eu encontrava o bendito papel? Procurei em diversas papelarias, e nada. Acabei encontrando sacolinhas de papel para presente feitas com papel holográfico em uma loja de 1,99, e foi com elas que eu fiz as peças. Peguei uma sacolinha de cada cor e cortei cada peça, tomando o cuidado de dobrar o papel para que as peças tivessem frente e verso do papel holográfico. Esse móbile fica lindo, a Manu parece ter gostado, mas ele já não oferecia a interação que o móbile anterior ofereceu. E a essa altura do campeonato, ela queria mais era interagir!

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Mobile Bailarinas

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Mobile Bailarinas

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Mobile Bailarinas

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Mobile Bailarinas

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Mobile Bailarinas

Para quem quiser baixar o molde para as peças de papel do Bailarinas, é só clicar nos links abaixo:

Mobile Bailarina D Mobile Bailarina A Mobile Bailarina B Mobile Bailarina C

O quinto foi o Móbile Arco-íris, feito com papel color plus nas sete cores do arco-íris. Cortei as peças no papel, fiz dois furos em cada uma com uma agulha, que foi por onde passei a linha de pescaria, uma linha única, sem dar nós, o que possibilitou fazer os ajustes das peças visualmente, e as peças se equilibravam por si só.  Um equilíbrio meio tosco peculiar, confesso, mas que tinha sua graça. Esse móbile não durou uma semana, já que a Manu tratou logo de alcançá-lo e devorar algumas das peças de papel, um de seus alimentos preferidos, rsrs.

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Mobile Arco-Íris

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Mobile Arco-Íris

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Mobile Arco-Íris

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Mobile Arco-Íris – devorando o móbile

Para quem quiser baixar o molde para as peças de papel do Arco-Íris, é só clicar no link abaixo:

Mobile Arco Iris

O sexto e último móbile, que inclusive acabou ficando por vários meses ali no colchão foi o Móbile de Argola, que nada mais era do que uma argola de madeira presa a um pedaço de elástico. Esse móbile também fez grande sucesso, uma vez que ela podia pegar, soltar, levar à boca, enfiar o pé e a mão, enfim, interagir! Esse móbile proporcionou diversos tipos de interação, já que começamos com ele quando ela ainda ficava só deitada, e continuamos com ele com ela já sentando, engatinhando, ficando em pé.

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Mobile Argola

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Mobile Argola

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Mobile Argola

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Mobile Argola

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Mobile Argola

Por último, o que não é bem um móbile, mas no começo funcionou como se fosse, foi uma adaptação que eu fiz na barra que colocamos na parede do escritório, amarrando nela alguns pedaços de fita de cetim colorida. Enquanto ela ainda não usava a barra para ficar em  pé e andar, as fitas fizeram seu papel de móbile, proporcionando movimento, textura…

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Fitas coloridas na barra

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Fitas coloridas na barra

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Fitas coloridas na barra

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Fitas coloridas na barra

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Fitas coloridas na barra

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Fitas coloridas na barra

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Fitas coloridas na barra

E foi assim o mundo mágico e colorido dos móbiles da Manu, muito bem aproveitados por ela e por mim!

 

dando a volta ao redor do Sol: um doze avos ou 30°

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Setembro de 2013

Manu nasceu em uma família de campistas. O pai dela sempre foi, desde antes de nascer. Eu me tornei quando me apaixonei por ele. E me apaixonei também por acampar (e como não se apaixonar?). Acampar aqui em casa nunca foi por ser uma forma barata de viajar, apesar de algumas vezes ser mais barato viajar acampando do que de outras formas, mas isso (geralmente) não é regra e tem muuuuitas variantes, que outro dia abordo com mais cuidado. A gente acampa primeiramente porque a gente gosta, e muito. E porque é um jeito de estar mais próximo da natureza, algumas vezes bem dentro dela. Porque gostamos de ter liberdade, de poder ir para os lugares que derem na veneta, ficar mais tempo se o lugar for bom, ir embora logo se o lugar não for legal, sem planejamento de meses, sem reservas, sem burocracia. Porque gostamos de viajar de carro. E também porque acampando nós estamos em casa, não importa onde a gente esteja. Ah, e porque nós gostamos mesmo é dos nossos travesseiros, do nosso colchão e dos nossos lençóis.

E ai que a Manu nasceu e nós queríamos muito que ela também se apaixonasse pelo camping, que ela soubesse que aquela também era a casa dela, ou melhor, que a casa dela poderia ser em qualquer lugar. Que ela tivesse a alma livre, os sonhos leves, que ela aprendesse a sonhar sem ter limites. E que ela amasse e respeitasse a natureza. Que ela soubesse que a nossa casa está onde está o nosso coração.

A prática do camping te ensina muitas coisas, porque os limites entre o seu espaço e todo o resto é muito tênue. Você aprende que respeito tem que ser mútuo, que cuidado é imprescindível e que quando você preserva algo para o outro, está preservando para você mesmo, o que inclui a natureza, a limpeza, o barulho, a educação. No camping as pessoas se cumprimentam e muitas vezes se ajudam, mesmo sem nunca terem se visto (é claro que tem lá suas exceções). E é isso que queremos que a Manu aprenda, além, claro, de ter um contato com a natureza que São Paulo não permite.

E como “de pequenino é que se torce o pepino”, lá fomos nós comemorar seu primeiro mês! Cada novo mês, uma nova viagem.

Como seria a nossa primeira viagem, escolhemos um camping que já conhecíamos e que fosse bem perto de São Paulo, para qualquer eventualidade. O camping escolhido foi o Fazenda Paineiras, que fica em Itu, e é um camping super bem estruturado e com cantina. Também não era nenhum feriado, então já imaginávamos que seria tranquilo. Saímos de casa no horário de almoço e chegamos lá antes das 15h. Viajar de carro com bebezinho pequeno é muito tranquilo, acredito aliás que seja a época mais fácil para se viajar com bebês, que necessitam de muito pouco, colo e peito, basicamente. Dependendo do tempo de viagem, paradas de tempos em tempos para mamar e trocar uma fralda, e é basicamente o mesmo ritmo que temos para nós, que também precisamos parar para ir ao banheiro e tomar um café. Nessa viagem especificamente nem chegamos a parar, porque era bem perto.

No camping fazia bastante sol e calor. Passamos o fim de semana tranquilos, andando pelo camping, Marcos pescando, fazendo churrasco e descansando na rede. A Manu ficou tranquilíssima, parece nem ter percebido que não estava em casa. Dormiu normalmente à noite e dormia até melhor durante o dia do que costuma dormir em casa. A única coisa que exigiu um improviso foi o calor, porque estava bastante abafado mesmo, e para poder ficar dentro do trailer durante a tarde coloquei uma fralda molhada em frente ao ventilador, que deixa o ar mais fresco. De resto, tudo muito simples. Foi a viagem que levamos mais coisas pra ela, e mesmo assim foi pouca coisa: o moisés para ela dormir e o carrinho. Esse último é uma grande bobagem, porque quase não usamos. Inclusive, o carrinho foi o item mais caro do “enxoval” da Manu e o menos aproveitado, nós quase não usamos ele. Lugar de bebê de colo é no colo, a Manu adora, e nós também. Mas essa figura do bebê dentro do carrinho está tão colada na nossa mente, que a gente mal pára pra raciocinar. Mas esse é um assunto para outra hora, vamos voltar à viagem. Além dessas duas coisas, só levamos roupas, fraldas (para troca e para usar como paninho de múltipla utilidade), cueiros e material para higiene (que basicamente se resume a algodão e água, além do sabonete para banho). O banho, inclusive, é no chuveiro junto com a gente, que também é a maneira que tomamos banho em casa.

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O único contratempo da viagem foi um pessoal que estava no camping a fim de fazer barulho. O movimento no camping estava bem tranquilo, tinha algumas barracas com outras famílias, com crianças, mas também dois casais que não estavam lá para curtir um sossego, e, lei de Murphy, com um camping enorme e quase vazio, montaram suas coisas bem do lado da gente, ouvindo som nas alturas. Som em camping é sempre um problema, na minha opinião deveria ser proibido, pois é algo muito difícil de se controlar e invade muito o espaço do outro. Nós ficamos muito incomodados, mas a Manu mesmo pareceu nem perceber, nem atrapalhou o sono dela. A administração do camping interviu à noite, fazendo-os baixar o volume. Mas no dia seguinte lá estava o som ligado de novo, bem cedo, e com volume nas alturas. Tivemos que novamente ir reclamar ao camping, o que gerou um certo stress com os donos do som, que acabaram indo embora.

Fora isso foi tudo ótimo, o clima colaborou e a Manu parece ter adorado sua primeira acampada. Inclusive foi lá que ela deu seu primeiro sorriso voluntário para nós, acho que foi um sinal de que ela gostou de acampar! A volta para casa também foi tranquila, chegando em casa no final da tarde.

Total rodado: 243 km