Nota

tem dias…

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Eu escrevi um texto todinho na minha mente… mas acontece que é só eu meu deparar com essa tela branca, essas teclas todas, e o texto todo se esvai. Fica sem começo, um começo que não sai… e o meio todo se perde, o fim nunca chega.

Tem dias que tudo vai fácil, o amor vai fácil, a paciência flui, constante. Tem dias que é muito fácil ser empático, como se fosse impossível não o sê-lo. E eu me coloco no lugar do outro, JUNTO com ele, e fica muito simples me colocar no meu próprio lugar. Tem respiração minha junto com o grito do outro, e por isso ele, o grito, logo acaba, trazendo a abertura de um espaço que estava faltando no meio da confusão. Espaço. Ar. Luz. Mas tem dias, e são muitos os dias assim, que a empatia, seja lá o que isso significar, chega sempre atrasada, depois que o grito, do outro, já virou um grito, em mim. Mas um grito que não saiu, não escapou, não gritou. E aí ele grita alto dentro de mim, faz o corpo tremer, dá calafrios, faz lágrimas saírem dos olhos. E o outro, que gritou pra receber um espaço, grita de novo pra tentar recebe-lo. Um grito que reivindica, espaço, atenção, silêncio, respiração, e que grita grita grita pra recebe-lo. Uma voz que usa o grito pra pedir, pois ainda não aprendeu maneira diferente de fazê-lo.

Tem dias que um grito é só um grito… Tem dias que ele grita dentro de mim…

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Manu à mesa (biscoito de azeite e vinho)

E daí que um belo dia eu estava lendo um post no papacapim e ela falava de um biscoito italiano feito de vinho branco e azeite. Na hora eu fiquei aguada. Acessei o site do bendito (aqui), anotei a lista de ingredientes e fiz uma busca pra ver se eu achava alguma receita parecida. Tudo o que encontrei foram algumas receitas com semolina e azeite, de onde eu tirei algumas quantidades pra adaptar o meu biscoito.

Da primeira vez fiz assim: 1 e 1/2 copo de sêmola de grano duro, 1/2 copo farinha trigo branca, 1/2 copo azeite extra-virgem, 1/4 col. sopa de fermento biológico seco, 1/4 copo vinho branco, pitada de sal e outra de açúcar demerara, só pra ajudar o fermento. No fim o fermento não fez tanto efeito. Também achei que foi azeite demais. Amassei bem com as mãos, mas não deixei crescer. Achatei a massa na assadeira e cortei em círculos com um copinho de licor. Assei por 30 min em assadeira de pedra. Ah, por cima de alguns eu coloquei sal rosa ou orégano ou páprica picante ou açúcar demerara ou açúcar mascavo ou alfarroba ou não coloquei nada. Os biscoitos foram super aprovados e de fato ficaram bem gostosos. A Manu comeu o sem nada, o de orégano e o de alfarroba. Mas apesar de terem ficados gostosos, achei que precisam ser melhorados.

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a primeira tentativa

Ai depois de um tempo resolvi fazer de novo esses dias, até porque minha sêmola tinha acabado. Só que dessa vez eu estava sem vinho branco e fiz com o tinto mesmo (funcionou, mas com o branco fica mais suave). Dessa vez a receita foi: 75ml de azeite extra-virgem, 75ml de vinho tinto, 1 cc sal rosa, 1 cc demerara, 1 e 1/2 copo de sêmola de grano duro. Dessa vez não pus fermento. Assei novamente na assadeira de pedra, 30 min, colocando sal negro ou sal rosa ou orégano ou páprica ou demerara ou nada sobre eles. Ficou bem gostoso, um pouco mais compacto que o outro, talvez.

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a segunda tentativa

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Agora quero fazer um levain novo, já que o meu morreu, e tentar com ele, deixando um tempo pra massa fermentar. Uma hora eu chego lá…

Manu à mesa

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tapioca de hibisco (polvilho doce hidratado com suco de hibisco – flores de hibisco batidas com água no liquidificador) com recheio de maçã cozida com óleo de coco, uvas passa e chia) – ficou bem azedinha por causa do hibisco e exatamente por isso a Manu devorou e quase não deixou sobrar pra mim!

E é por essas e outras que as crianças precisam ter a oportunidade de experimentar todo tipo de alimento (e aqui eu falo de comidade de verdade, de ingrediente – comida processada e cheias de aditivos, incluindo sal e açúcar, não vale) para que elas possam explorar ao máximo o seu próprio paladar, sem preconceitos, e aos poucos construírem suas próprias preferências, que inclusive podem se modificar ao longo do tempo.

Ah, e eu ainda contei com uma ajudante especial!

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*para fazer sua própria massa de tapioca a partir do polvilho doce, hidratando-a com o líquido de sua preferência, acesse esse LINK.