tempo, tempo, tempo, tempo

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Nem lembro mais da última vez que apareci por aqui. Mas a verdade é que a vida tá corrida dentro de mim e não tenho tido tempo. O que não quer dizer que eu não tenha tempo, a gente sempre tem tempo práquilo que queremos ou acreditamos que devemos fazer. O que sim, quer dizer que eu não sabia, e ainda não sei, se esse espaço deveria continuar. A verdade é que ainda acredito nas coisas que me fizeram compartilhar o que eu compartilho por aqui, mas não sei se esse é o formato ou o modo ideal. E nessa correria que virou a minha mente, acabava compartilhando mais fotos do que ideias, e eu gostaria muito de poder falar (escrever) muito mais do que fiz até agora. Não que as imagens não tenham seu mérito, ô se tem. Principalmente para uma pessoa com necessidade de se expressar e sem “tempo” pra escrever. A verdade é que a necessidade de se expressar tá gigante aqui e dentro e eu PRECISO arrumar, logo, uma maneira de fazê-lo. Por isso talvez daqui um tempo tudo isso aqui mude, ou não.

Mas eu passei por aqui mesmo foi pra deixar o link de uma participação que fizemos em um programa de tv, contando um pouquinho como é viajar acampando e mostrando como é o nosso trailer. Agradeço à Juliana pelo contato e pela oportunidade, e a todos na TV Aparecida, que nos trataram super bem. Poder incentivar as pessoas a viajarem com seus filhos, desde bem pequenos, principalmente em lugares onde a natureza seja o principal atrativo, é um grande privilégio, e sou muito grata por isso. Acredito fortemente que se há solução para esse mundo onde vivemos, essa solução virá por meio das nossas crianças. A verdade está no olhar de cada pequenino, eles serão os nossos guias. Mas acredito também que isso só será possível se permitirmos que as crianças cresçam mais próximas da natureza e da sua própria essência. Caso contrário, podemos inclusive apagar a luz nesses olhares, a luz que pode nos guiar. O link da entrevista é esse AQUI.

Também quero deixar  aqui o link direto do blog que vai levar para a página onde estão registradas todas as nossas viagens, uma vez que muita gente tem chegado aqui no blog exclusivamente por esse motivo. Para acessar as viagens é só clicar AQUI ou escolher “Manu a bordo” quando clicar na engrenagem rosa na parte superior da página.

Até breve!

em busca de um nascimento respeitoso – placas indicativas

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Fazia tempo que eu queria fazer esse post, que na verdade é uma versão mais completa de um email que mandei pra minha irmã pouco tempo depois de a Manu nascer. Desde então eu já mandei esse email para algumas pessoas.

É um compilado de sites, livros e filmes que fizeram parte da minha caminhada em busca de um nascer respeitoso para mim e para minha filha, porque afinal, eu também renasci ao final desse processo. Processo que começou bem antes de eu engravidar, inclusive. Um processo que foi bastante solitário, cavando com as minhas próprias mãos, sem atalhos, sem ajuda, sem ninguém por perto que já tivesse passado por uma experiência parecida. Um processo que só foi possível porque, antes de mim, outras mulheres já haviam percorrido a mesma trilha e compartilharam na rede e em grupos de apoio suas próprias experiências e deixaram placas indicando alguns caminhos possíveis. Mulheres que tiveram que cavar bem mais que eu. Porque não existe um só caminho possível, são vários e ainda muitos a serem abertos. Mas não se engane com isso, porque mesmo que haja uma infinidade de caminhos, alguns deles não te levarão até lá. E é sobre isso que os links e as indicações de material que vou deixar abaixo vão falar.

Hoje, para que você consiga um acompanhamento pré-natal e um parto de qualidade, onde exista esclarecimento, informações atualizadas por parte dos profissionais e baseadas nas mais atualizadas evidências científicas, um atendimento onde mulher e bebê sejam respeitados e não estejam sujeitos a procedimentos desnecessários (e em sua maioria dolorosos e traumáticos), é preciso cavar muito. O Brasil é o país com o maior índice de cirurgias cesarianas. As taxas superam os 50%, considerando o atendimento público e privado. Considerando apenas o setor privado, a média é de quase 90%, sendo maior que isso nas principais maternidades de São Paulo, a principal cidade do país. A cidade onde eu nasci, São José do Rio Preto, é conhecida como a capital brasileira da cesariana, com taxas superiores a 84%, dados de 2014. Imaginem o quanto eu não teria que ter cavado se ainda morasse lá! Esses números ficam ainda mais assustadores quando contextualizados com o que a Organização Mundial de Saúde recomenda, que seria algo entre 10 e 15% de nascimentos via cirurgia cesariana.

Mas na verdade esse post e os seus links não são para falar da cesariana, assim como não é um passo-a-passo para o parto normal. Esse post é para que as mulheres tenham informação, de verdade e de qualidade, e tenham suas vontades e seus corpos respeitados. Esse post é para que as mulheres e os bebês não sejam roubadas no momento que provavelmente vai ser o mais importante de suas vidas. Essa informação toda é para que as mulheres tenham consciência na hora de fazer as suas escolhas, e saibam quais os riscos e benefícios daquilo que escolher. Para que as mulheres não sejam vítimas de um sistema de saúde perverso, onde hospitais, poder público e profissionais são coniventes, cada um apoiado em suas próprias muletas, muletas que servem única e exclusivamente a eles. Muletas que são, principalmente, muito lucrativas. Muletas que são usadas em detrimento da saúde de milhares de mulheres e bebês todos os dias.

Hoje, esse caminho ainda não é fácil, mas as coisas têm melhorado, devagar, mas em um passo que, acredito e espero, já não é mais possível reverter. Cada vez mais e mais mulheres têm acesso à informação, e munidas de informação, começam a contestar o sistema e o atendimento médico que lhes é oferecido. Apoiadas nessa rede, feita de outras mulheres, muitas mães conseguem acessar a verdade por trás de suas próprias histórias, uma verdade que lhes foi ocultada por um sistema que ainda busca convencer que, caso as coisas não ocorram como elas gostariam, a culpa é delas, é do corpo delas, que não é perfeito, que não funcionou. Como se o parto normal fosse a exceção, apenas para mulheres sortudas e iluminadas. Ou então que o problema é com o bebê, que não quis nascer na hora que o médico precisava que ele nascesse, ou que era grande demais, pequeno demais, gordo demais, magro demais, ou de tão ativo que foi enrolar o cordão no próprio pescoço, ou que tinha a cabeça muito grande para o quadril da mãe, ou que era preguiçoso e não quis encaixar. No final, a culpa é sempre da mãe e do bebê.

Na verdade, o que eu quero com isso é dar a minha contribuição e distribuir novas plaquinhas pelos caminhos que eu trilhei. Para que outras mulheres tenham a chance de chegar ao final dessa jornada (que na verdade é o começo de uma outra e longa jornada) tendo sido respeitadas e acolhidas nas suas próprias escolhas. Para que outras mulheres tenham escolhas. Porque depois de subir essa montanha e superar a si própria, a visão que se tem lá de cima ajuda muito na escalada das montanhas que estão por vir. Uma mulher que vive uma experiência positiva de parto, sabendo que foi feito tudo o que estava a seu alcance, se sabe capaz de enfrentar qualquer desafio que venha pela frente. E essa mulher NUNCA MAIS vai aceitar que lhe digam que ela não é capaz, que não é possível. Ela vai saber que ela é sim capaz de amamentar, ela vai saber que nada nem ninguém saberá melhor de seu filho do que ela mesma. E para mim, tão importante quanto seu próprio empoderamento, é a relação que se construirá com o bebê, de confiança mútua, de confiança na sabedoria daquela criatura, aparentemente tão frágil, mas que junto com ela forma uma dupla capaz de vencer qualquer desafio que possa vir a acontecer. JUNTOS.

Esse post é pra dizer que sim, VOCÊ TEM ESCOLHA!

Vou listar os links e marcar com um * (asterisco) aqueles links que julgo serem imprescindíveis. E espero, do fundo do meu coração, a ajudar a abrir novas portas e janelas.

  1. (**********) Tenha uma doula. Tenha uma doula. Tenha uma doula! Esse site aqui pode te ajudar a encontrar uma: http://www.doulas.com.br/ . Ou então procure nos grupos de apoio pela internet ou no facebook. Evite aceitar pacotes prontos, onde o médico empurra uma doula que trabalhe com ele. A afinidade da doula tem que ser com a gestante, não com o médico! Se for com os dois, ótimo, mas é imprescindível que haja afinidade com a mulher. A doula apoia a mulher, e não o médico!
  2. (*) O site do GAMA (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa) http://www.maternidadeativa.com.br/index.html
  3. (*) Blog da Médica Ginecologista Obstetra, MD, PhD, Dr. Melani Amorim http://estudamelania.blogspot.com.br/
  4. (*) do blog acima, um post sobre indicações reais e fictícias para uma cesariana: http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/indicacoes-reais-e-ficticias-de.html
  5. (*) http://www.amigasdoparto.com.br/
  6. http://www.cientistaqueviroumae.com.br/
  7. (*)Relatos de parto: http://tevinascer.com.br/
  8. http://criaminha.wordpress.com/
  9. http://www.partonobrasil.com.br/p/relatos-de-parto.html
  10. http://vilamamifera.com/mulheresempoderadas/
  11. http://www.maternidadeconsciente.com.br/
  12. http://pesquisassobreparto.blogspot.com.br/
  13. http://crisdoula.com/
  14. http://drbrauliozorzella.blogspot.com.br/
  15. http://infospartohumanizado.blogspot.com.br/
  16. http://mamatraca.com.br/
  17. http://www.despertardoparto.com.br/
  18. (*) https://www.facebook.com/orenascimentodoparto?fref=ts
  19. (******) https://www.facebook.com/DuarteAnaCris?fref=ts
  20. (*) https://www.facebook.com/MelaniaAmorim?fref=ts
  21. Grupos de apoio e páginas sobre o assunto
  22. (*) Livro: Nascer Sorrindo, Frédérick Leboyer – Ed. Brasiliense
  23. (*) Livro: Parto Ativo – Guia Prático para o Parto Natural, Janet Balaskas – Ed. Ground
  24. (*) Livro: Quando O Corpo Consente, Marie Bertherat, Thérèse Bertherat e Paula Brung – Editora Martins Fontes
  25. Livro: Se Me Contassem o Parto, Frédérick Leboyer – Ed. Ground
  26. Livro: Parto com Amor – Em casa, com parteira, na água, no hospital: Histórias de nove mulheres que vivenciaram o parto humanizado / Luciana Benatti e Marcelo Min
  27. Livro: Parto Normal ou Cesárea? O que toda mulher deve saber (e homem também) – Simone G. Diniz e Ana C. Duarte
  28. Livro: O Renascimento do Parto – Michel Odent
  29. Livro: A maternidade e o encontro com a própria sombra – Laura Gutman
  30. (*) Documentário: O Renascimento do Parto
  31. Documentário: Parto Orgásmico (Orgasmic Birth) https://www.youtube.com/watch?v=zG_6IVmXvr0
  32. Documentário: The Business of Being Born https://www.youtube.com/watch?v=KvljyvU_ZGE
  33. Documentário: A Dor Além do Parte https://www.youtube.com/watch?v=cIrIgx3TPWs
  34. Documentário: Parto Humanizado https://www.youtube.com/watch?v=My7pBG_nD0w
  35. Documentário: Parto Natural – Natural Birth https://vimeo.com/8526305
  36. (*) A importância do plano de parto e como fazer o seu (independente do tipo de nascimento, cesariana ou parto normal) http://maesdepeito.blogosfera.uol.com.br/2015/09/16/saiba-a-importancia-do-plano-de-parto-e-como-fazer-o-seu/
  37. (*****) Procedimentos feitos nos bebês no nascimento hospitalar e a verdadeira necessidade deles http://maesdepeito.blogosfera.uol.com.br/2015/10/20/saiba-quais-exames-no-bebe-sao-necessarios-e-dispensaveis-na-hora-do-parto/

OBS:

– Meu relato de parto: https://manueomundo.wordpress.com/2014/08/21/nossa-primeira-grande-viagem/

– Se você é de São Paulo e quer indicação de algum profissional, me manda um email! 😉

– Se você acha que vai conseguir ter um atendimento de qualidade com o médico do convênio, faça uma busca para saber qual a taxa de cesarianas dele (http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/ser-mae/mulheres-divulgam-listas-com-os-indices-de-cesareas-de-obstetras-que-atendem-parto-pelos-planos-de-saude/  e  http://maesdepeito.blogosfera.uol.com.br/2015/07/30/maioria-dos-medicos-do-plano-tem-mais-de-90-de-cesareas-veja-lista/)

– Aqui as taxas dos médicos conveniados em São Paulo: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1pYS0k0e8y4WMu1ZXBHpvfyuRjb8QJhoOySP9FlxrNqM/edit#gid=0

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sobre o eu aprendo e ela ensina, e não contrário – parte I

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*nota para mim mesmo

Esqueça esse negócio de achar que vc é responsável por ensinar qualquer coisa a uma criança. Crianças aprendem por observação. Elas são movidas por curiosidade e paixão. Nos seus olhos e nos seus atos, a dose de amor é sempre muito maior que a de razão. E isso é bom, seguir pelo coração é algo que nós tbm deveríamos fazer. Por isso, poupe seu tempo tentando ensinar qualquer coisa que seja diferente daquilo que vc mesmo faz. Gaste seu tempo sendo melhor, fazendo o melhor, pq assim a criança tbm vai aprender a sê-lo e fazê-lo. Aquilo que vc espera dela, em termos de comportamento, vc precisa esperar primeiro de vc.
Eu vou aqui tentando aprender com ela, que faz das coisas que para mim são tarefas, a diversão mais gostosa do dia. Tentando reverter o momento da vida em que as coisas deixaram de ser diversão pra virar tarefa. Tentando re-aprender com tudo o que ela tem pra me ensinar. Porque sim, quem ensina aqui é ela.