645º

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Junho de 2015

No feriado de Corpus Christi fomos até Joinville, onde haveria um encontro de campistas. Saímos de casa pela manhã, almoçamos na estrada e fomos até Curitiba, onde pernoitaríamos em São José dos Pinhais, em um estacionamento onde um amigo nosso estaciona seu trailer. Mas antes, passando por Curitiba, o Marcos nos levou até o Bosque Alemão para que eu comesse novamente a torta de amora mais deliciosa que eu já comi na vida, e com a qual eu vivo sonhando desde nossa passagem por lá há um ano atrás. De lá rumamos para São José dos Pinhais, onde chegamos no fim da tarde.

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no bosque alemão

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bosque alemão

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Curitiba vista do mirante do bosque alemão

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trailer estacionando na rua enquanto eu me deliciava com a torta de amora

Chegando lá encontramos nossos amigos, que também passariam a noite em seu trailer, para que saíssemos no dia seguinte cedinho. Tomamos um lanche com eles e fomos para o nosso trailinho, terminamos de arrumar as coisas, coloquei as roupas das malas no armário, tomamos um banho e dormimos.

No dia seguinte encontramos mais um casal de amigos com seus filhos, que também estacionam o trailer ali e haviam chegado à noite quando já estávamos dormindo. Todos prontos e seguimos viagem, descendo a serra até Joinville.

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comboio formado em são josé dos pinhais

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comboio descendo a serra

Saímos de Curitiba embaixo de uma névoa densa e frio. Ao chegar lá embaixo, no fim da serra, o sol apareceu como mágica, o céu tinindo de azul e um calor inesperado e delicioso. Chegamos no camping Recanto Davet no meio da manhã, onde já haviam várias pessoas que estavam ali para participar do encontro. Encontramos um lugar lindo à beira rio para pararmos o trailer junto dos outros amigos que estavam conosco, prevendo espaço para os outros que ainda iriam chegar. Fiz um almoço, comemos olhando o rio lá embaixo e à tarde fomos até o centro turístico de Joinville.

já no camping, o rio cubatão

já no camping, o rio cubatão

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reconhecimento de território

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menina do rio

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menina do rio

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menina do rio

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sem entender porque ela não podia ir até a outra margem

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rio cubatão

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mesa posta

Joinville é uma cidade grande, tem muita coisa para se conhecer, vários museus, alguns parques… Como a ideia era só dar uma passeada e uma vista geral, decidimos ir até o mirante, o que não foi possível já que o mesmo está em reforma e fechado para a visitação. Então fomos até o Parque Morro do Finder, onde há algumas trilhas e um outro mirante, de onde se vê a Baía da Babitonga. A trilha que leva até o mirante é um tanto longa e bastante íngreme, confesso que a sedentária aqui ficou bem cansada. A Manu subiu no carregador com o Marcos e depois desceu comigo, mamando e dormindo. O mirante é legal, mas estava em situação precária, destelhado, com madeiras soltas. E a vista já estava bem comprometida por causa das árvores que foram crescendo. Por causa disso fiquei meio decepcionada e nem parei muito para contemplar o lugar. Voltamos para o camping e passamos o resto do dia ali com nossa turma de amigos, que àquela altura já estava completa, com o pessoal que foi chegando ao longo do dia.

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central de atendimento ao turista na Casa Krüger

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entrada do parque morro do finder

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morro do finder – subida para o mirante

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morro do finder – mirante

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morro do finder – vista para a baia da babitonga

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morro do finder – descida do mirante

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rua das palmeiras no centro da cidade

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portal

Na sexta-feira de manhã todos se juntaram e partimos para subir a Serra Dona Francisca até Campo Alegre, onde conhecemos uma fábrica de trailers e depois almoçamos todos juntos em um restaurante colonial em São Bento do Sul. Voltamos para o camping, a Manu brincou um pouco na beira do rio, e à noite juntamos os pratos para um churrasco comunitário.

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mirante na serra dona francisca

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as amigas xarás brincando de estátuas abraçadas

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fim de tarde no rio

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fim de tarde no rio

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fim de tarde vista do toldo do trailer

Sábado partimos para uma visita à uma fábrica de motorhomes ali em Joinville mesmo, na van que a própria empresa havia mandado até o camping para buscar os interessados em conhecer a fábrica. Voltamos para o camping na hora do almoço, que foi novamente comunitário, como seriam todas as nossas próximas refeições. O prato da vez foi o barreado que a Beti fez em Curitiba e levou congelado para todos comerem. Estava delicioso e foi a estréia da Manu no barreado, um prato típico do Paraná que sempre comemos quando vamos à Morretes e que adoramos! O barreado consiste basicamente em carne de segunda cozida lentamente numa panela de barro vedada com barro ou mistura de farinha de mandioca, acompanhado de farinha de mandioca crua, que é cozida com a água super quente da carne jogada sobre ela, além de bananas em rodelas. A noite foi novamente de churrasco compartilhado com os amigos.

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o barreado de Beti

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Beti ensinando a montar o prato

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pequenas flores no nosso jardim provisório

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pequenas flores no nosso jardim provisório

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pronta pra outra depois de trocar a roupa que molhou no rio

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mais um por-do-sol

No domingo a maior parte do pessoal já partiu cedo, mas nós ficamos para almoçar no camping junto dos amigos curitibanos, arrumando as coisas com calma, já que a intenção era voltar para São Paulo só na segunda, evitando o trânsito de volta de feriado.

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último dia

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quase pronto pra ir embora

 

Saímos do camping depois do almoço e pegamos a estrada sem pressa, com a intenção de dormir na estrada. No começo da noite paramos no Petropen, um posto da Rede Graal em Pariquera-Açu, já no estado de SP, a 200 km de casa. Pegamos comida no restaurante e levamos para o trailer para comer lá. Tomamos banho e dormimos, capotados.

40 minutos parados na Regis

40 minutos parados na Regis

de manhã no petropen, no lugar onde pernoitamos

de manhã no petropen, no lugar onde pernoitamos

na estrada, voltando para casa, com a casa nas costas

na estrada, voltando para casa, com a casa nas costas

Na segunda, depois do café da manhã no trailer, saímos do posto cedinho e voltamos à estrada. Chegamos em casa 3 horas depois.

* km percorridos: 1045

* total km rodados: 1259

 

 

 

585º

DSC_7727Abril de 2015

No feriado da Páscoa saímos para conhecer uma cidade que estava há tempos nos nossos planos. Saímos de casa na quarta-feira um pouco antes do horário do almoço, paramos para comer num restaurante na estrada e fizemos nossa primeira parada, de maneira a quebrar a distância a se percorrer, no camping do CCB do Clube dos 500, na cidade de Guaratinguetá. Chegamos no camping 3:50h e 196km depois de termos saído de casa. O camping é muito bom, organizado, limpo, e é uma ótima pedida para fazer paradas estratégicas durante longas viagens. O único inconveniente é que fica do lado da Dutra e o barulho de carros e caminhões é constante, mesmo durante a madrugada. Como ainda estava cedo e fazia um belo dia de sol, fomos aproveitar a piscina.

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primeira parada, nem desengatamos o trailer

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No dia seguinte saímos do camping logo após tomarmos nosso café, rumo à cidade de Comendador Levy Gasparian, uma cidade que fica no estado do RJ, mas que separa-se de MG apenas pelo rio Paraibuna. Para chegar até lá seguimos o GPS, já que havíamos esquecido nosso guia de estradas em casa (o que nos gerou alguns contratempos no decorrer da viagem), seguindo pelas rodovias BR-116, BR-393, RJ-145, e que depois nos pareceu não ter sido o melhor caminho. Para percorrer 270km levamos exatas 5 horas! Lá ficamos com o trailer nos fundos de uma pousada que fica aos pés da bela Pedra de Paraibuna. Na verdade nossa parada lá se deu para conversar com o dono da pousada que tem intenção de montar ali um camping futuramente. Fiz um almoço rapidamente, pois estávamos morrendo de fome. Ai o Marcos saiu com o dono da pousada e eu e a Manu ficamos no trailer, numa tentativa em vão de dormir um pouco. Depois fomos dar uma volta de carro pela diminuta cidade, que fica numa região muito bonita e que poderia ser muito melhor explorada.

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segunda parada

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a bela pedra de Paraibuna

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pedra de Paraibuna

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Museu Rodoviário de Paraibuna, que encontra-se fechado

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ponte sobre o rio Paraibuna

Na sexta pela manhã deixamos Comendador Levy Gasparian rumo à Conservatória, RJ. Conservatória na verdade é um distrito da cidade de Valença, e fica numa região belíssima, com seu mar de morros e diversas fazendas da época de ouro do café. Também é conhecida como a capital das serenatas e das serestas, que ainda acontecem em todos os finais de semana. Quem quiser saber mais sobre a história das serenatas na cidade, tem um bom resumo aqui.

Voltando à nossa viagem, mais uma vez acabamos fazendo um caminho que pelo jeito não era o melhor a fazer, e chegamos no Camping Serras Verdes após 2:40h e 100,40 km. Almoçamos no trailer e saímos para conhecer a cidade.

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casa montada

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casa montada

 

Fomos até o centro histórico com seu casario dos tempos do café, onde estão algumas lojas e restaurantes, além da antiga estação ferroviária (que na ocasião estava fechada para reforma), uma locomotiva que fica exposta ao público, o Museu Vicente Celestino. Não havia um centro de informações turísticas e isso fez muita falta. Como saímos de casa despreparados, sem ter tido tempo de pesquisar antes as coisas que poderíamos conhecer no local, as informações que conseguimos foram obtidas pela internet, nos raros momentos que conseguíamos sinal no celular. E agora olhando alguns sites para poder escrever esse post, vejo que a cidade tem muitas outras coisas para conhecer além do que nós conhecemos lá nesses dias. Bom, nesse primeiro dia, depois de uma primeira andada pelo centro, voltamos para o camping para descansar um pouco e voltar para a cidade à noite. À noite na cidade descobrimos que as serestas acontecem às 21h, mas que naquele dia não haveria por ser sexta-feira Santa, e as serenatas acontecem às 23h, e que naquele dia aconteceria às 24h, pelo mesmo motivo. No final das contas não conseguiríamos ver as serenatas, que é quando os seresteiros saem pela cidade cantando as músicas que estão escritas nas plaquinhas de alumínio presentes nas fachadas das casas. Jantamos em um restaurante, demos mais uma volta e voltamos para o camping.

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maria-fumaça e uma garotinha com sono

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museu vicente celestino

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placas com os nomes das músicas que são cantadas na serenatas, escolhidas pelos donos dos imóveis

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placas com os nomes das músicas que são cantadas na serenatas, escolhidas pelos donos dos imóveis

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placas com os nomes das músicas que são cantadas na serenatas, escolhidas pelos donos dos imóveis

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placas com os nomes das músicas que são cantadas na serenatas, escolhidas pelos donos dos imóveis

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centro histórico

No sábado de manhã voltamos para a cidade para conhecer algumas coisas pelos arredores. Primeiro fomos até o Túnel que Chora, que fica na Rua das Flores, bem próximo à RJ-137, datado de 1880-83. Com 95 m de extensão, todo feito de pedra e iluminado com lampiões antigos à eletricidade, servia para dar passagem à Maria-Fumaça. O túnel hoje é usado para passagem de veículos, onde só passa um carro por vez. Nós paramos o carro depois dele e o percorremos também a pé, lado a lado com outros carros que por ali passavam.

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indo pro túnel que chora

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túnel que chora

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túnel que chora – dando tchau pros carros que passavam

Depois pegamos a RJ-137, o ponto de partida para conhecer os outros lugares. Primeiro fomos no Túnel do Capoeirão. Para chegar até ele é preciso sair da rodovia e pegar uma estrada de terra que leva até o túnel. Tanto na rodovia quanto na estradinha há placas sinalizando. Não anotamos quantos km foram de estrada de terra, mas demorou um pouco e já estávamos quase desistindo, quando apareceu uma placa e o túnel estava logo ali. O Túnel do Capoeirão tem cerca de 400 metros de comprimento, e foi construído entre 1877 e 1886 para dar passagem aos trens que escoavam a produção de café daquela região. Segundo a história ele foi construído por escravos e o trabalho foi todo feito à mão, morrendo muitas pessoas na sua construção. O túnel é bem legal, bem mais impressionante que o túnel que chora, e “chora” bem mais que o anterior! rsrs Quando ele acaba ainda há um trecho de paredes de pedra forradas com vegetação, é lindo!

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tunel do capoeirão

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tunel do capoeirão – uma luz no fim do túnel

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tunel do capoeirão – paredes de pedra cobertas de vegetação

De lá voltamos para a RJ-137, sentido Conservatória, e fizemos uma parada para conhecer a Serra das Belezas. O melhor local para observá-la é ali no Mirante da Serra, que é o local mais elevado da RJ-137. O mirante de onde se aprecia a paisagem, e também a paisagem, estão em território pertencente a Santa Isabel do Rio Preto. Os picos mais altos na Serra da Beleza são o Pico do Cavalo Russo com 1.295m de altitude e o Pico do Pires com 1.300m. Uma curiosidade sobre a Serra da Beleza é que ela é bastante procurada por ufólogos, por ser ponto de acontecimentos extraterrenos, os OVNI´s. Não vimos nenhum por lá, mas o visual de lá de cima é lindíssimo e vale a pena a visita.

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serra da beleza

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serra da beleza

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serra da beleza

De lá fomos até a Ponte dos Arcos, datada de 1884, por onde passava a estrada de ferro usada para escoar a produção de café. Possui 100m de extensão e fica a uma altura de 12m da rodovia. Paramos o carro ali embaixo e subimos o morro. Com a ferrovia desativada, é possível caminhar a pé pela ponte e ir até o outro lado.

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ponte dos arcos

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sobre a ponte dos arcos

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sobre a ponte dos arcos

Voltamos para o camping, fizemos um churrasco para o almoço, com direito à linguiça artesanal que compramos num mercadinho da cidade, e depois da soneca da Manu fomos na piscina. O Marcos pegou uma sauna e depois a Manu foi lá dentro conhecer.

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piscina do camping

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piscina do camping

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piscina do camping

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piscina do camping

À noite voltamos para a cidade, jantamos e andamos pelas ruas. Até conseguimos assistir um pouco da seresta, que aconteceu na rua onde se concentram alguns restaurantes.

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casa d’arte

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maria-fumaça

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museu vicente celestino

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seresta

No domingo, Páscoa, saímos do camping no meio da manhã. A ideia era irmos até Visconde de Mauá por Minas, passando pela cidade de Bocaina de Minas. Mais uma vez, o guia de estradas fez falta, principalmente porque ficamos sem internet boa parte do caminho. Seguimos viagem, pegamos um trecho de terra em Santa Rita do Jacutinga que fez a velocidade reduzir um pouco, mas tudo ia bem até pararmos em um posto para abastecer, em Bom Jardim de Minas. O Marcos foi dar uma geral no trailer e percebeu que estávamos com o mesmo problema que tivemos quando estávamos na Serrinha, antes de ir para Bananal. Com isso, até dava pra rodar, mas não podíamos arriscar pegar estrada de terra, e na verdade não estávamos dispostos a arriscar nada: podia ser que chegássemos bem, como podia ser que não. Para piorar a situação, era domingo de Páscoa, estávamos enfiados no meio de cidadezinhas rurais e muito pequenas, SEM mapa. Seguimos adiante, na esperança de encontrar algum serralheiro na próxima cidade. Também precisávamos almoçar. Acabamos parando na cidade de Liberdade, almoçamos o pior almoço de Páscoa da vida, tanto pelo nervosismo quanto pela comida. Falando com o pessoal do restaurante, eles ligaram para um serralheiro, que disse que ia até lá ver se poderia nos ajudar. Ficamos esperando no trailer, até descobrir que o cara não apareceria. Nos orientaram a seguir em frente e tentar alguma coisa em Bocaina de Minas. Chegamos na cidade embaixo de chuva. Paramos na rodoviária, que nada mais era que um monte de gente esperando os ônibus dentro de um bar. Falando com um pessoal, nos indicaram um serralheiro, passamos em frente, tudo fechado. Indicaram um outro, cuja casa e oficina ficavam na frente da escola municipal, na rua principal da cidade. Paramos o trailer ali, sabendo que provavelmente seria onde passaríamos a noite. Já no final da tarde o Marcos conseguiu falar com o serralheiro, que ficou de ver nosso caso no dia seguinte de manhã. Ficamos ali no trailer, tomamos um banho quente, demos uma volta pela micro cidade, jantamos o que tínhamos na geladeira e dormimos. Nada como estar na própria casa, mesmo quando você tem que dormir na rua, numa cidade estranha. E tudo isso sem precisar pedir nada para ninguém, apenas usando a energia da bateria, o botijão de gás e a água da caixa. Para quem não conhece, no trailer temos um botijão de gás, que serve tanto para o fogão quanto para o aquecedor de água; geralmente usamos eletricidade nos campings onde ficamos, mas em casos como esse, ou no meio de viagens onde dormimos em postos na estrada, a energia vem de uma bateria que temos, que alimenta a iluminação com lâmpadas de led, a bomba de água e eventualmente a tv e um ventilador; a geladeira pode ser ligada tanto na energia quanto no gás, que é como usamos nesses casos; temos uma caixa d’água, que mantemos cheia durante as viagens, e é suficiente para tomarmos banho e lavarmos louça por um dia.

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instalados em frente à escola

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instalados em frente à escola

Bom, dormimos e no dia seguinte o serralheiro veio ver o serviço e disse que não fazia, e nos mandou ir até o primeiro serralheiro onde havíamos passado. O cara topou fazer o serviço, que ficou pronto pouco mais de 1 hora e meia depois.

em frente ao serralheiro

em frente ao serralheiro

A essa altura já tínhamos desistido de Visconde de Mauá, e o caminho mais curto para voltarmos para casa seria pela serra que ia até Resende, o que dava menos de 50 km até a Dutra. Os primeiros 25 km foram de terra + um semi-asfalto bem pior que a terra, que nos fez descer muuuuuito vagarosamente. Apesar disso, a paisagem compensava: estávamos em um lugar lindíssimo. Depois pegamos mais 17 km de asfalto até caírmos na Dutra, 2:30h depois, cansados e esfomeados, a Manu principalmente. Paramos num posto na estrada, almoçamos e voltamos para estrada, de volta para casa, onde chegamos no final da tarde.

o começo da volta pra casa

o começo da volta pra casa

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Total rodado: 1025,70 km

 

 

480º – parte II

cachoeira do onça

cachoeira da onça

Dezembro de 2014, primeiros dias de 2015 – Segunda parada, Bananal, SP

Saímos da Serrinha no final da manhã de um domingo de muito sol e calor, com destino à Bananal. Lá na Serrinha havíamos percebido um problema no trailer e precisaríamos encontrar um serralheiro depois que descêssemos, para que o serviço necessário fosse feito e pudéssemos seguir viagem tranquilos, uma vez que o próximo camping ficava no alto de uma serra longa e sinuosa. Só quando estávamos de volta à Dutra é que nos demos conta que era um domingo e que as chances de encontrar um serralheiro àquela altura do campeonato eram bem remotas. Enquanto seguíamos pela Dutra pensávamos no que fazer… Paramos em um posto para pegar um sanduíche para almoçarmos, enquanto a Manu comeu a comida que tínhamos na geladeira. Lá nos indicaram um posto próximo, onde talvez pudéssemos encontrar um serralheiro. Para nossa sorte a borracharia estava aberta e eles poderiam fazer o serviço. Estava um dia muito, muito quente. Paramos o trailer embaixo de uma seringueira, pegamos energia emprestada da borracharia, ligamos o ar condicionado, e ali dentro ficamos eu e a Manu, durante quase 3 horas, enquanto o serviço necessário foi feito. Serviço pronto, ficamos mais tranquilos e seguimos viagem. Saímos do posto às 16:45 h, e duas horas depois estávamos dentro do Camping Chez Bruna. Para chegar ao camping, do centro de Bananal, é preciso subir a Serra da Bocaina na Estrada do Sertão (rodovia SP-247) até o km 28, onde o camping se situa. A subida da serra é uma das coisas imperdíveis dessa viagem: trata-se de uma estrada sinuosa, de baixa velocidade, de onde se tem visuais incríveis. Atualmente a estrada está quase toda asfaltada, sendo 21 km de asfalto em ótimo estado, mais 7 km de estrada de terra em ótimas condições para chegar até o camping. Já subimos essa serra outras vezes e ela ainda não havia sido asfaltada, o que também era um passeio muito legal de se fazer. Hoje, com o asfalto, qualquer veículo pode percorrer esse trajeto imperdível, mesmo para aqueles que não irão acampar lá em cima e só querem passar o dia.

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vale visto da estrada

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vista da estrada

O Chez Bruna é um camping excelente: fica em um lugar muito gostoso, com um gramado super bem cuidado, margeado por um rio, além de contar com o restaurante da Chef Bruna, que além de cozinheira de mão cheia, é uma pessoa incrível, que atende a todos super bem e faz com que as pessoas se sintam super à vontade. É um camping pequeno, familiar, ideal para quem gosta de belas paisagens, silêncio e boa comida. As nossas diárias incluíam café da manhã e uma refeição. Ah, que saudades da comida da Bruna! Além de comida mineira, feita com ingredientes que ela planta ali na horta dela mesmo, é servido truta da região, o divino pão caseiro com patê de truta defumada, queijos e doces, todos preparados ali mesmo.

Ficamos cinco dias por ali, que aproveitamos para ir nas cachoeiras, passear em Bananal, descansar nas tardes quando a chuva aparecia infalivelmente para refrescar o calor de um dia de sol quente.

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entrada do camping

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mesas ao ar livre

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horta

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comida mineira

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saladas

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pão caseiro quentinho com patê de truta

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vista do camping

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nosso acampamento

Um dos passeios que fizemos foi ir até a Cachoeira da Onça. Para ir até lá é preciso voltar pela rodovia e quando começa o asfalto seguir pela bifurcação pela estrada de terra, ao invés de ir sentido à Bananal. São +- 12 km de estrada de terra. A entrada para a cachoeira fica um pouco escondida, mas o acesso é bem fácil e se dá logo depois de uma porteira, caminhando alguns metros pelo pasto até chegar no rio. Aquele dia estava um pouco nublado e acabamos não entrando na água.

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o caminho para a cachoeira da onça

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o caminho para a cachoeira da onça

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cachoeira da onça, quase lá

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cachoeira da onça

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cachoeira da onça

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cachoeira da onça

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cachoeira da onça

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indo embora da cachoeira

Outra cachoeira para ser visitada em um passeio imperdível é a Cachoeira do Bracuí, a segunda maior cachoeira do estado do Rio de Janeiro. A queda d’água começa exatamente onde está a divisa dos estados de SP e RJ, e conta com cinco quedas d’água e mais de 1100 m de queda, indo desaguar lá embaixo, na Baia de Angra dos Reis. Lá de cima do poço de banho a vista do mar de Angra é simplesmente de tirar o fôlego. Para chegar à cachoeira, fomos de carro até a antiga Pousada do Rio Mimoso (km 36 da SP-247), e de lá seguimos a trilha de mais de uma hora em meio à mata. A trilha pode ser considerada de dificuldade média, mais pela distância a ser percorrida do que pelos obstáculos em si. Grande parte do caminho é feito por trilha plana, com alguns pontos enlameados, algumas subidas/descidas, e pontos onde é necessário passar embaixo de árvores que caíram. Mesmo assim, foi uma trilha bastante tranquila de se fazer com a Manu, que foi o tempo todo no carregador ergonômico (nós usamos a mochilik, da Petlik Sling), um pouco com o pai e a maior parte do tempo comigo. Ela ficou bem tranquila, mamou bastante enquanto andávamos e dormiu boa parte do percurso, inclusive estava dormindo quando finalmente chegamos na cachoeira. O carregador é super confortável, tanto para ela quanto para mim, mesmo ela pesando 11 kg. Como a trilha é em meio à mata, todo o percurso foi feito na sombra. Vestimos uma calça nela e passei repelente nos braços e tornozelo para evitarmos qualquer problema com mosquitos, mas na trilha mesmo não tivemos problemas com o mesmo, só chegando na cachoeira é que tinha umas moscas gigantescas que mais incomodaram do que propriamente picaram a gente. Chegando na cachoeira o visual é espetacular. O tempo estava aberto e era possível ver toda a Baia de Angra dos Reis, inclusive as lanchas riscando o mar. Ficamos um pouco na cachoeira, admirando e molhando os pés, pois ali onde chegamos há correnteza e não é indicado entrar para tomar banho. Para quem quer entrar na água, o aconselhável é voltar um pouco pela trilha e atravessar o rio em um ponto mais para cima. Na volta o tempo começou a fechar e no meio da trilha pegamos uma boa chuva. Nessa hora a Manu já estava dormindo no carregador, e cobri ela com um chapéu e seguimos, e ela sequer acordou. Só foi acordar quando entramos no carro. Esse passeio para mim foi um exemplo de que é possível fazer praticamente tudo com os nossos filhos, que quando incluídos e respeitados eles ficam super tranquilos e curtem bastante. Eu sei que provavelmente a Manu não vá se lembrar desse passeio e da vista que tivemos lá de cima. Mas eu tenho certeza da importância que esse momento teve para sua formação, para o seu desenvolvimento, e principalmente para que ela sinta que sua condição de criança não é um empecilho para que seus pais façam as coisas que eles gostam de fazer. Eu tenho certeza, no meu coração, que a Manu sabe e sente que ela nos acrescenta muito, que ela é nossa parceira, nossa companheira. A sua presença enriquece a nossa vivência, pois ela nos ensina a dar um valor ainda maior a cada momento. Através do brilho do olhar dela, da empolgação dos seus gestos a cada descoberta, ela permite que nós também nos deslumbremos com cada novidade, nos faz enxergar coisas que o nosso olhar de adulto já não enxerga mais, nos faz lembrar que a água gelada não é tão gelada assim. E que um bom banho de chuva faz um bem danado!

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trilha para a cachoeira do bracuí

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trilha para a cachoeira do bracuí

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trilha para a cachoeira do bracuí

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chegamos

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a baia de Angra lá embaixo

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mamãe, acordei!

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vista

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vista

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Manu aprovou o visual

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pés descalços

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em cima da divisa dos estados de SP e RJ

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pisantes

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na beira do precipício

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água fria, coração quente

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porque ela mama em qualquer lugar…

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… e mama muito!!!

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a cachoeira do Bracuí vista lá de baixo, na pista da Rio-Santos

Também fomos até a Cachoeira da Usina, que fica bem próxima ao camping, dá para ir a pé ou ir de carro, deixando o carro na estrada e seguindo à pé depois da porteira. Chegando na construção da antiga usina propriamente dita, de onde já se vê a cachoeira, é preciso passar pelo lado esquerdo do prédio para se chegar a ela, coisa que acabamos não fazendo, já que se armava uma bela chuva no céu.

cachoeira da usina

cachoeira da usina

Um outro dia fomos até a Estação Ecológica, onde fica a Cachoeira das 7 Quedas. A Estação fica entrando no km 15 da rodovia SP-247, de onde se segue por mais 10km de estrada de terra. É possível visitar as primeiras quedas, deixando o carro estacionado na estrada e descendo até elas à pé. Para visitar a Estação em si é preciso ligar antes de ir e deixar o nome. Sem isso a entrada não é permitida. De lá é possível acessar a 6ª e 7ª quedas, que tem um acesso bastante tranquilo e um poço ótimo para banho.

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estação ecológica

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estação ecológica

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cachoeira das 7 quedas – 7ª queda

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cachoeira das 7 quedas – 7ª queda

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cachoeira das 7 quedas – 7ª queda

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cachoeira das 7 quedas – 7ª queda

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poço da 7ª queda

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trilha da cachoeira

 

Outro passeio a se fazer é ir até o Centro Histórico de Bananal, onde há a antiga estação ferroviária (1889), o casario colonial e as antigas fazendas da época do Café, verdadeiras jóias preservadas. Em outra oportunidade já havíamos visitado a Fazenda Boa Vista (lá é possível almoçar também), que é um passeio imperdível. Desta vez conhecemos a Fazenda Loanda, onde fizemos um passeio guiado. A casa principal foi toda restaurada e o guia é o próprio proprietário da fazenda, e é também um passeio imperdível. Além dessas duas Bananal conta com outras fazendas históricas onde é possível fazer passeios guiados, com os endereços disponíveis no centro de apoio ao turista no centro da cidade.

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centro histórico

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antiga estação ferroviária

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fazenda loanda

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fazenda loanda

 

Além dos passeios ficamos bastante no camping, onde almoçávamos a comida deliciosa da Bruna e jantávamos no trailer. Quase toda noite uma fogueira era acesa, aproveitando o clima ameno que fazia quando o sol se punha, sendo necessário inclusive tirar calças e blusas do armário. No dia da virada do ano o pessoal do camping se juntou e fizemos um churrasco em torno da fogueira. Diferentemente do Natal, dessa vez a Manu não aguentou ficar acordada e ficou dormindo no trailer, acordando com os fogos que anunciaram o novo ano e logo voltando a dormir.

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a lua do ano novo

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fogueira

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fogueira

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churrasco de ano novo

 

Foram dias muito gostosos que passamos lá, mas no dia 2 arrumamos as coisas e partimos para nossa próxima parada, o meu lugar favorito no mundo: Paraty!

Total parcial rodado: 355 km

Continua…

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