765º

Guaratinguetá, SP, outubro de 2015

Camping Clube do Brasil – CCB Clube dos 500

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585º

DSC_7727Abril de 2015

No feriado da Páscoa saímos para conhecer uma cidade que estava há tempos nos nossos planos. Saímos de casa na quarta-feira um pouco antes do horário do almoço, paramos para comer num restaurante na estrada e fizemos nossa primeira parada, de maneira a quebrar a distância a se percorrer, no camping do CCB do Clube dos 500, na cidade de Guaratinguetá. Chegamos no camping 3:50h e 196km depois de termos saído de casa. O camping é muito bom, organizado, limpo, e é uma ótima pedida para fazer paradas estratégicas durante longas viagens. O único inconveniente é que fica do lado da Dutra e o barulho de carros e caminhões é constante, mesmo durante a madrugada. Como ainda estava cedo e fazia um belo dia de sol, fomos aproveitar a piscina.

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primeira parada, nem desengatamos o trailer

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No dia seguinte saímos do camping logo após tomarmos nosso café, rumo à cidade de Comendador Levy Gasparian, uma cidade que fica no estado do RJ, mas que separa-se de MG apenas pelo rio Paraibuna. Para chegar até lá seguimos o GPS, já que havíamos esquecido nosso guia de estradas em casa (o que nos gerou alguns contratempos no decorrer da viagem), seguindo pelas rodovias BR-116, BR-393, RJ-145, e que depois nos pareceu não ter sido o melhor caminho. Para percorrer 270km levamos exatas 5 horas! Lá ficamos com o trailer nos fundos de uma pousada que fica aos pés da bela Pedra de Paraibuna. Na verdade nossa parada lá se deu para conversar com o dono da pousada que tem intenção de montar ali um camping futuramente. Fiz um almoço rapidamente, pois estávamos morrendo de fome. Ai o Marcos saiu com o dono da pousada e eu e a Manu ficamos no trailer, numa tentativa em vão de dormir um pouco. Depois fomos dar uma volta de carro pela diminuta cidade, que fica numa região muito bonita e que poderia ser muito melhor explorada.

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segunda parada

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a bela pedra de Paraibuna

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pedra de Paraibuna

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Museu Rodoviário de Paraibuna, que encontra-se fechado

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ponte sobre o rio Paraibuna

Na sexta pela manhã deixamos Comendador Levy Gasparian rumo à Conservatória, RJ. Conservatória na verdade é um distrito da cidade de Valença, e fica numa região belíssima, com seu mar de morros e diversas fazendas da época de ouro do café. Também é conhecida como a capital das serenatas e das serestas, que ainda acontecem em todos os finais de semana. Quem quiser saber mais sobre a história das serenatas na cidade, tem um bom resumo aqui.

Voltando à nossa viagem, mais uma vez acabamos fazendo um caminho que pelo jeito não era o melhor a fazer, e chegamos no Camping Serras Verdes após 2:40h e 100,40 km. Almoçamos no trailer e saímos para conhecer a cidade.

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casa montada

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casa montada

 

Fomos até o centro histórico com seu casario dos tempos do café, onde estão algumas lojas e restaurantes, além da antiga estação ferroviária (que na ocasião estava fechada para reforma), uma locomotiva que fica exposta ao público, o Museu Vicente Celestino. Não havia um centro de informações turísticas e isso fez muita falta. Como saímos de casa despreparados, sem ter tido tempo de pesquisar antes as coisas que poderíamos conhecer no local, as informações que conseguimos foram obtidas pela internet, nos raros momentos que conseguíamos sinal no celular. E agora olhando alguns sites para poder escrever esse post, vejo que a cidade tem muitas outras coisas para conhecer além do que nós conhecemos lá nesses dias. Bom, nesse primeiro dia, depois de uma primeira andada pelo centro, voltamos para o camping para descansar um pouco e voltar para a cidade à noite. À noite na cidade descobrimos que as serestas acontecem às 21h, mas que naquele dia não haveria por ser sexta-feira Santa, e as serenatas acontecem às 23h, e que naquele dia aconteceria às 24h, pelo mesmo motivo. No final das contas não conseguiríamos ver as serenatas, que é quando os seresteiros saem pela cidade cantando as músicas que estão escritas nas plaquinhas de alumínio presentes nas fachadas das casas. Jantamos em um restaurante, demos mais uma volta e voltamos para o camping.

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maria-fumaça e uma garotinha com sono

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museu vicente celestino

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placas com os nomes das músicas que são cantadas na serenatas, escolhidas pelos donos dos imóveis

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placas com os nomes das músicas que são cantadas na serenatas, escolhidas pelos donos dos imóveis

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placas com os nomes das músicas que são cantadas na serenatas, escolhidas pelos donos dos imóveis

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placas com os nomes das músicas que são cantadas na serenatas, escolhidas pelos donos dos imóveis

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centro histórico

No sábado de manhã voltamos para a cidade para conhecer algumas coisas pelos arredores. Primeiro fomos até o Túnel que Chora, que fica na Rua das Flores, bem próximo à RJ-137, datado de 1880-83. Com 95 m de extensão, todo feito de pedra e iluminado com lampiões antigos à eletricidade, servia para dar passagem à Maria-Fumaça. O túnel hoje é usado para passagem de veículos, onde só passa um carro por vez. Nós paramos o carro depois dele e o percorremos também a pé, lado a lado com outros carros que por ali passavam.

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indo pro túnel que chora

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túnel que chora

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túnel que chora – dando tchau pros carros que passavam

Depois pegamos a RJ-137, o ponto de partida para conhecer os outros lugares. Primeiro fomos no Túnel do Capoeirão. Para chegar até ele é preciso sair da rodovia e pegar uma estrada de terra que leva até o túnel. Tanto na rodovia quanto na estradinha há placas sinalizando. Não anotamos quantos km foram de estrada de terra, mas demorou um pouco e já estávamos quase desistindo, quando apareceu uma placa e o túnel estava logo ali. O Túnel do Capoeirão tem cerca de 400 metros de comprimento, e foi construído entre 1877 e 1886 para dar passagem aos trens que escoavam a produção de café daquela região. Segundo a história ele foi construído por escravos e o trabalho foi todo feito à mão, morrendo muitas pessoas na sua construção. O túnel é bem legal, bem mais impressionante que o túnel que chora, e “chora” bem mais que o anterior! rsrs Quando ele acaba ainda há um trecho de paredes de pedra forradas com vegetação, é lindo!

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tunel do capoeirão

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tunel do capoeirão – uma luz no fim do túnel

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tunel do capoeirão – paredes de pedra cobertas de vegetação

De lá voltamos para a RJ-137, sentido Conservatória, e fizemos uma parada para conhecer a Serra das Belezas. O melhor local para observá-la é ali no Mirante da Serra, que é o local mais elevado da RJ-137. O mirante de onde se aprecia a paisagem, e também a paisagem, estão em território pertencente a Santa Isabel do Rio Preto. Os picos mais altos na Serra da Beleza são o Pico do Cavalo Russo com 1.295m de altitude e o Pico do Pires com 1.300m. Uma curiosidade sobre a Serra da Beleza é que ela é bastante procurada por ufólogos, por ser ponto de acontecimentos extraterrenos, os OVNI´s. Não vimos nenhum por lá, mas o visual de lá de cima é lindíssimo e vale a pena a visita.

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serra da beleza

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serra da beleza

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serra da beleza

De lá fomos até a Ponte dos Arcos, datada de 1884, por onde passava a estrada de ferro usada para escoar a produção de café. Possui 100m de extensão e fica a uma altura de 12m da rodovia. Paramos o carro ali embaixo e subimos o morro. Com a ferrovia desativada, é possível caminhar a pé pela ponte e ir até o outro lado.

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ponte dos arcos

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sobre a ponte dos arcos

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sobre a ponte dos arcos

Voltamos para o camping, fizemos um churrasco para o almoço, com direito à linguiça artesanal que compramos num mercadinho da cidade, e depois da soneca da Manu fomos na piscina. O Marcos pegou uma sauna e depois a Manu foi lá dentro conhecer.

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piscina do camping

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piscina do camping

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piscina do camping

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piscina do camping

À noite voltamos para a cidade, jantamos e andamos pelas ruas. Até conseguimos assistir um pouco da seresta, que aconteceu na rua onde se concentram alguns restaurantes.

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casa d’arte

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maria-fumaça

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museu vicente celestino

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seresta

No domingo, Páscoa, saímos do camping no meio da manhã. A ideia era irmos até Visconde de Mauá por Minas, passando pela cidade de Bocaina de Minas. Mais uma vez, o guia de estradas fez falta, principalmente porque ficamos sem internet boa parte do caminho. Seguimos viagem, pegamos um trecho de terra em Santa Rita do Jacutinga que fez a velocidade reduzir um pouco, mas tudo ia bem até pararmos em um posto para abastecer, em Bom Jardim de Minas. O Marcos foi dar uma geral no trailer e percebeu que estávamos com o mesmo problema que tivemos quando estávamos na Serrinha, antes de ir para Bananal. Com isso, até dava pra rodar, mas não podíamos arriscar pegar estrada de terra, e na verdade não estávamos dispostos a arriscar nada: podia ser que chegássemos bem, como podia ser que não. Para piorar a situação, era domingo de Páscoa, estávamos enfiados no meio de cidadezinhas rurais e muito pequenas, SEM mapa. Seguimos adiante, na esperança de encontrar algum serralheiro na próxima cidade. Também precisávamos almoçar. Acabamos parando na cidade de Liberdade, almoçamos o pior almoço de Páscoa da vida, tanto pelo nervosismo quanto pela comida. Falando com o pessoal do restaurante, eles ligaram para um serralheiro, que disse que ia até lá ver se poderia nos ajudar. Ficamos esperando no trailer, até descobrir que o cara não apareceria. Nos orientaram a seguir em frente e tentar alguma coisa em Bocaina de Minas. Chegamos na cidade embaixo de chuva. Paramos na rodoviária, que nada mais era que um monte de gente esperando os ônibus dentro de um bar. Falando com um pessoal, nos indicaram um serralheiro, passamos em frente, tudo fechado. Indicaram um outro, cuja casa e oficina ficavam na frente da escola municipal, na rua principal da cidade. Paramos o trailer ali, sabendo que provavelmente seria onde passaríamos a noite. Já no final da tarde o Marcos conseguiu falar com o serralheiro, que ficou de ver nosso caso no dia seguinte de manhã. Ficamos ali no trailer, tomamos um banho quente, demos uma volta pela micro cidade, jantamos o que tínhamos na geladeira e dormimos. Nada como estar na própria casa, mesmo quando você tem que dormir na rua, numa cidade estranha. E tudo isso sem precisar pedir nada para ninguém, apenas usando a energia da bateria, o botijão de gás e a água da caixa. Para quem não conhece, no trailer temos um botijão de gás, que serve tanto para o fogão quanto para o aquecedor de água; geralmente usamos eletricidade nos campings onde ficamos, mas em casos como esse, ou no meio de viagens onde dormimos em postos na estrada, a energia vem de uma bateria que temos, que alimenta a iluminação com lâmpadas de led, a bomba de água e eventualmente a tv e um ventilador; a geladeira pode ser ligada tanto na energia quanto no gás, que é como usamos nesses casos; temos uma caixa d’água, que mantemos cheia durante as viagens, e é suficiente para tomarmos banho e lavarmos louça por um dia.

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instalados em frente à escola

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instalados em frente à escola

Bom, dormimos e no dia seguinte o serralheiro veio ver o serviço e disse que não fazia, e nos mandou ir até o primeiro serralheiro onde havíamos passado. O cara topou fazer o serviço, que ficou pronto pouco mais de 1 hora e meia depois.

em frente ao serralheiro

em frente ao serralheiro

A essa altura já tínhamos desistido de Visconde de Mauá, e o caminho mais curto para voltarmos para casa seria pela serra que ia até Resende, o que dava menos de 50 km até a Dutra. Os primeiros 25 km foram de terra + um semi-asfalto bem pior que a terra, que nos fez descer muuuuuito vagarosamente. Apesar disso, a paisagem compensava: estávamos em um lugar lindíssimo. Depois pegamos mais 17 km de asfalto até caírmos na Dutra, 2:30h depois, cansados e esfomeados, a Manu principalmente. Paramos num posto na estrada, almoçamos e voltamos para estrada, de volta para casa, onde chegamos no final da tarde.

o começo da volta pra casa

o começo da volta pra casa

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Total rodado: 1025,70 km