Nota

palavras, pensamentos, confissões, gritos, desabafos

DSC_9747 – no binômio mãe-filha, ela avança de fases mais rápido que eu

– nessa de tentar ser mais leve, achei que aqui no blog eu deveria mais retratar do que escrever criticamente (uma coisa totalmente intrínseca, da minha natureza). tipo, influenciar pelo exemplo, para evitar os espinhos que às vezes as palavras trazem para quem precisa mas não quer ouvi-las. até porque às vezes a minha honestidade direta parece espinhenta. e também porque não me achava na condição, muito pela falta de tempo e da possibilidade de dedicação maior a esse espaço, de escrever longamente sobre alguns temas, já que tem muita gente bacana por aí escrevendo perfeitamente sobre tudo o que eu penso. mas aí que tem uma pulga atrás da minha orelha me cobrando honestidade… porque eu sou o que eu penso, né? porque eu decidi ser protagonista da minha própria vida, e o sou. então, porque estou me colocando como se fosse uma espectadora-relatora aqui no blog, que é um espaço meu?

– preciso aprender a escrever meigamente. preciso?

– se eu disser o que eu penso, o que eu faço, eu estou apenas dizendo sobre mim mesma! se eu faço diferente do outro, porque acredito naquilo que faço (o que, como consequência quer dizer que eu não escolhi/escolheria o que o outro fez, por N razões), não quer dizer que eu recrimine quem faz diferente de mim (até porque a maioria das pessoas do meu convívio fazem diferente de mim). de verdade, eu respeito quem faz diferente de mim, principalmente se a pessoa fez escolhas e está feliz com ela. ponto?!?

– se as minhas escolhas incomodam alguém, isso não diz mais sobre esse alguém do que sobre mim mesma (e do que sobre as minhas escolhas)?

– tenho PAVOR de deixar a minha filha, que seja um segundo sequer, com pessoas com as quais eu não confio na questão alimentação… PAVOR!

– mas deixaria ela (não, ainda não deixaria, mas confio – num futuro quem sabe?) com pessoas que, mesmo tendo uma alimentação completamente diferente da que levamos, tivesse respeito e interesse pelas nossas escolhas.

– tem gente que dá doce pra bebê (bebê mesmo, tipo alguns meses) escondido da mãe do bebê! e o pior, fez isso na minha frente!

– estou pegando pavor da palavra natureba para designar a minha pessoa. gente, quando você chama uma pessoa de natureba, você está atribuindo um rótulo a alguém, e vamos combinar: rótulo NÃO é legal! se eu quisesse fazer o mesmo com você e lhe atribuir um rótulo em relação à alimentação, qual seria? me ajuda e deixa nos comentários? porque eu não consigo pensar em um, porque simplesmente o jeito que você come não define quem você é (contanto, é claro, que você mantenha sua comida longe da minha filha, que ainda não aprendeu a pensar criticamente e ainda acha que tudo o que lhe oferecerem é bom, afinal, crianças acham que todas as pessoas são boas, não é?)

– ainda sobre comida (sim, esse é um tema espinhento para mim), porque raios, os atendentes de padaria acham que toda criança deve comer pão de queijo? oferecem pão de queijo para a Manu desde que ela tinha uns 6 meses (ou menos), e não, ela não come pão de queijo, nem queijo, nem leite, nem manteiga. não, ela não tem alergia (mas poderia ter, como tanta criança tem), e se tivesse isso aumentaria minha raiva ainda mais. sim, foi uma escolha minha… talvez depois dos dois anos ela comece a experimentar, talvez não… foi uma escolha nossa, íntima e pessoal, dá pra respeitar? – ela também não come brigadeiro, pizza, chocolate, biscoitos maizena, bolacha água e sal, industrializados, suco (nem natural, nem de caixinha e muito menos de pozinho), nem salsicha (pois tem gente que acha que criança deve comer salsicha), nem nuggets sadia, nem gelatina artificial, nem produtos diet (pois é!), nem danoninho que não vale por um bifinho – e isso eu gostaria de gritar na orelha de alguns. e sim, ela é feliz! e além de feliz, tem uma saúde de ferro, o que já é um motivo bem grande para ser feliz, né!

– aqui em casa tomamos água, a Manu toma água, e sim, temos prazer nisso. já ouvi gente dizer que “é preciso ter prazer na vida” quando eu disse que queria água para tomar durante o almoço.

– só porque comprou no hortifruti não quer dizer que é orgânico. salvo raras exceções, isso na verdade quer dizer que o alimento NÃO é orgânico. e sim, grande parte das coisas que comemos SÃO orgânicas.

– aqui as coisas tem os nomes das coisas e as palavras são faladas corretamente. não somos parentes do cebolinha e tivemos uma boa alfabetização. cachorro é cachorro, não é auau; por mais que ELA fale auau, NÓS falamos cachorro, e ela sabe que o auau é do cachorro, não da entidade auau. aqui não tem papá, é comida. não é naná, é dormir. por isso, se você falar pra Manu que ela está fazendo papá, ela não vai entender o que você está querendo dizer, entendeu? 😉

– sim, ela ainda mama. sim, ela come, e come bem. sim, ela vai mamar até o dia que ela quiser. não, eu não perguntei a sua opinião. – porque raios qualquer pessoa na rua, que eu nunca vi na vida, pergunta se uma criança dorme a noite inteira? não entendo essa obsessão, juro que eu não entendo. – ela não assiste televisão, tablet, dvd, celular, computador. os únicos videos que ela vê são os que fazemos dela mesma. e eu nunca falo sobre isso com as mães das outras crianças, até porque cada um faz o que acredita. mas sempre as mães das outras crianças começam esse assunto comigo e juro, já passei por algumas inquisições quando o assunto é televisão.

– outra palavra que tem me incomodado bastante: tradicional. você ai, já parou para pensar o que significa ser tradicional hoje em dia? eu ESCOLHI não ser tradicional, eu escolhi não me encaixar em nenhum rótulo, porque quero me sentir livre para mudar de ideia quando bem entender, quando algo deixar de fazer sentido para mim. porque sim, isso acontece com frequência, ainda bem.

– ainda sobre amamentação, coisas que eu engoli e que agora eu vou cuspir:

1) bebês não fazem peito de chupeta, fazem a chupeta de peito (eu poderia escrever aqui sobre os malefícios da chupeta, sobre disponibilidade, sobre comodidade, sobre um monte de coisas, mas não vou fazer isso AGORA; só vou dizer que quando você diz que um bebê está chupetando o peito, VOCÊ está equivocado e precisa estudar um pouco mais sobre amamentação, ou, na melhor das hipóteses, precisa parar de repetir frases sem sentido só porque um dias elas foram repetidas à exaustão para você).

2) só porque um bebê mama não quer dizer que ele não coma; até porque até 1 ano o leite materno é e deve ser o principal alimento, o resto é complementar, e não o contrário.

3) quando alguém diz que a Manu poderia ficar longe de mim, que a pessoa poderia oferecer o dedo para ela chupar, que vai ser a mesma coisa, a minha vontade é de esguichar um belo jato de leite materno bem no meio do olho dela, para ela ver que sim, nesse peito mora leite (muito leite), além de um coração.

4) quando uma médica não sei de quê resolver dizer, sem que tenha sido perguntada, que depois dos seis meses o meu leite não serve de nada, eu fico me perguntando o que raios se ensina nas faculdades de medicina desse país. na verdade eu penso mais um monte de outras coisas sobre esses médicos, mas acho melhor não dizer para não tornar esse um post impróprio (e para não ser presa).

5) quando alguém fala “eca” para minha filha quando vê ela mamando e eu não posso cometer um assassinato

6) quando alguém diz que não pode amamentar em livre demanda, que precisa de regra, de horário e eu resolvo não responder à altura, porque não vai adiantar, já que simplesmente em algumas situações mais vale o ditado “não jogue pérolas aos porcos”.

– só a mim machuca e assusta quando uma pessoa que não sabe muito bem o que é amor, carinho, afetividade, respeito, vem dizer que um bebê não pode ficar no colo, que deveria ficar no berço e de lá só sair para mamar?

– e quando você fala que não vai ter berço? 😮

– pulmões não precisam de choro para funcionar!

– mulheres são enganadas por médicos obstetras e pediatras todos os dias e não, eu ainda não sei o que fazer com isso. ainda acho que eu não devo fazer nada, afinal, cada um é livre para fazer e se responsabilizar por suas escolhas e eu não tenho nada a ver com isso. mas gente, como faz com esses bebês que estão sendo roubados de alguns direitos que deveriam ser “inroubáveis”? bebês sofrendo intervenções que não deveriam sofrer, nascendo antes da hora que deveriam nascer (e por isso acabando em utis, sendo privados do contato com seus pais), passando por experiências dolorosas pelas quais não precisariam passar?

– sobre isso, leia “nascer sorrindo”, do frederick leboyer

– quando sua avó diz “deus te ajude” quando você fala que vai ter um parto normal, depois de te perguntar se sua médica não estava te obrigando.

– e quando as pessoas põem na cabeça das mulheres que elas são incapazes (gente aliás que ganha muito dinheiro com isso)? e ai, essas mesmas mulheres desacreditadas saem por ai desacreditando todo o gênero, espalhando medo, alarmando mentiras, numa tentativa de fazer virar verdade uma mentira em que elas acreditaram? acho bom eu parar por aqui. se algo aqui te ofendeu, de verdade, não é minha intenção e por isso eu peço desculpas, me mande um email, vamos conversar e resolver esse mal entendido, tá? não deixa passar não, engolir sapo não é legal. agora se você me conhece e se ofendeu com algo que responde a alguma coisa que você mesmo tenha dito, saiba que sim, isso é pra você, e só estou devolvendo o sapo que eu não consegui digerir. afinal, o sapo é seu e quem deve digeri-lo é você. mas se quiser conversar e estiver dispost@ a ouvir e se colocar no lugar do outro, mande um email você também, numa dessas temos a chance de nos ajudarmos com os nossos próprios sapos. mas se você só ficou bravinh@ e não é capaz de se colocar no lugar do outro, não perca seu tempo e nem o meu.

PS1: talvez eu me arrependa e tire esse post do ar. talvez eu me empolgue e faça a parte II, porque sim, tem bastante coisa pra uma parte II.

PS2: hormônio é foda.

dando a volta ao redor do Sol: quatro doze avos ou 120°

arraial_00Dezembro de 2013, Janeiro de 2014

O quarto mês da Manu coincidiu com as festas de fim de ano, então saímos para viajar um pouco antes do que o de costume, aproveitando para garantir uma boa vaga no camping do Rio, que costuma ficar bem cheio nessa época do ano. Saímos de casa no dia 22 de dezembro, um domingo, de manhãzinha. Duas horas depois fizemos uma parada em Taubaté, na casa dos meus tios, o que foi providencial para uma troca de fraldas daquelas com direito a chuveiro e tudo! Ficamos lá por umas duas horas e seguimos viagem, parando para almoçar na estrada. Pegamos um pouco de trânsito na chegada do Rio, na Linha Vermelha, devido a algumas obras. Chegamos no camping do CCB, no Recreio dos Bandeirantes, no finalzinho da tarde, garantindo a última vaga para RVs! Ufa! Por causa do horário de verão o dia ainda estava claro e o calor era grande. Arrumamos tudo e ficamos por lá mesmo.

Esse camping do Rio fica no final do Recreio dos Bandeirantes, em frente à Praia da Macumba. Apenas a avenida separa a praia do camping, que é a última antes do morro que leva à Prainha. O camping fica em área de preservação ambiental, na parte do fundo tem um morro com vegetação preservada, e por isso conta com alguns animais e diversos saguis. É um camping bem grande, com bastante área para barracas, tem muitos trailers roda-quadrada (muitos mesmo!) e algumas vagas para veículos em trânsito.

No Rio, ficamos 10 dias, dias de muito calor. Cada dia que passava, a temperatura no nosso termômetro aumentava um grau, chegando a 41ºC! Nos dias que íamos á praia, íamos de manhã, ficávamos umas 2 horas e voltávamos para o camping. Depois do almoço, quando o calor pegava pra valer, a Manu aproveitava para dormir no fresquinho do ar condicionado do trailer. Depois, como o sol ainda estava alto, ficávamos, eu e ela, tomando banho na piscininha inflável embaixo da sombra do toldo. Só dava para fazer uma caminhada na praia de novo bem no final da tarde, umas 5 ou 6h. Fomos na praia da Macumba (que é a praia do camping), na Prainha, em Grumari, e na loucura de Ipanema super lotada em pleno dia de Natal. Manu molhou seus pezinhos na espuma das águas cariocas que tanto amamos.

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primeiro contato com o mar carioca! praia da macumba

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praia da macumba

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em frente ao camping

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no camping também tem árvore de natal

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todos ceiam

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nina! o primeiro presente de natal

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lá fora tá calor, aqui dentro tá fresquinho!

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na piscina

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dormindo na prainha

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molhando os pés

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grumari

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grumar

Além da praia, fizemos alguns passeios. Fomos na visita guiada ao Sítio Roberto Burle Marx, que vínhamos tentando fazer, sem sucesso, nos últimos anos. Para não dar errado dessa vez, eu já agendei com antecedência aqui em São Paulo mesmo, por email. É sempre bom checar, se for final de ano, os dias que o parque estará aberto, pois eles fecham nos feriados. E as visitas só são feitas mediante reserva, tem horário determinado e tal. Por isso, nem adianta chegar lá sem reserva feita, porque se não estiver no horário não vai rolar, já que as visitas são guiadas. O Sítio Roberto Burle Marx foi doado ao IPHAN pelo próprio paisagista para que suas experiências fossem preservadas e seu legado pudesse ser transmitido a outras pessoas. Nessa ocasião o sítio estava super bem preservado, e tudo funcionou perfeitamente. A taxa de visitação foi de R$10,00 por pessoa, o que inclui o guia. A visita começou às 9:30h e durou 2 horas, e tinha mais umas 10 pessoas junto. O trajeto pelo sítio é percorrido todo a pé, onde se pode conhecer parte da coleção botânica (parte porque o sítio é enorme, são 365.000 m² e a visita é feita em só uma pequena parte dele), a antiga casa do paisagista – hoje museu, uma antiga casa de fazenda; a Capela de Santo Antonio (século XVII) e o ateliê, projeto do arquiteto Acácio Gil Borsoi. A Manu fez todo o passeio no sling junto comigo ou no canguru junto com o pai, ficou tranquila o tempo todo, mamou, dormiu, apreciou a paisagem. Inclusive a parte final da visita, onde temos que descer uma longa escadaria de pedra, foi bem tranquila de se fazer. Como lá é bem úmido e quente, coloquei nela uma calça e uma blusa de manga longa bem levinhas e um chapéu, protegendo-a dos eventuais pernilongos e do sol, já que ainda não usamos nenhum tipo de repelente ou protetor solar nela. Ela não passou calor e saiu de lá intacta!

O sítio fica na Estrada Roberto Burle Marx, nº 2019 – Barra de Guaratiba

O tel: (21) 2410-1412 e o email: visitas.srbm@iphan.gov.br

Para maiores informações: IPHAN e SRBM

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Um dia de manhã fomos ao Parque Guinle, que fica nas Laranjeiras e depois tentamos ir conhecer o MAR – o Museu de Arte do Rio, mas desistimos, pois não havia nenhum estacionamento próximo ao museu e estava um calor gigantesco para ficar andando com a Manu pelo centro em pleno horário de almoço. Fomos então para o Parque Lage, no Jardim Botânico, e almoçamos por lá, voltando para o camping só no finalzinho da tarde.

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parque guinle

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parque guinle

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parque lage

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parque lage

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parque lage

Em outro dia fomos encontrar um casal de amigos queridos na Lagoa Rodrigo de Freitas, caminhamos um pouco, vimos a árvore de natal e depois fomos jantar em restaurante japonês na Barra, depois de uma tentativa frustrada de comer no japonês que fica no Lagoon.

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Dia 31/12 ficamos no camping, fizemos nosso habitual peixinho de fim de ano, a Manu dormiu e só acordou rapidamente com o barulho dos fogos.

No dia seguinte arrumamos as coisas de manhã e antes das 12:00h já estávamos na estrada novamente, rumo à Cabo Frio. Chegamos no camping às 15h, arrumamos as coisas rapidinho e deu tempo de ficar um pouquinho na praia.

Em Cabo Frio ficamos no Camping do Clube Militar. Só foi possível ficar nesse camping porque entramos como convidados de um amigo, uma vez que a entrada só é permitida para associados e seus convidados. O camping é excelente, super limpo, organizado, tem piscina, quadras, uma lagoa e é fronteiro à Praia do Foguete. Você sai do camping direto na areia. Conta com vagas exclusivas RVs.

camping do clube militar

camping do clube militar

Nós já conhecíamos a região, acampamos em um outro camping em Cabo Frio mesmo há 8 anos atrás. Dessa vez fizemos passeios mais leves, já que os principais passeios exigem uma exposição ao sol muito maior do que estávamos dispostos a tomar por causa da Manu. Em Cabo Frio mesmo só ficamos na praia do camping, que é uma praia linda, com água transparente, areia clara, ondas fortes e bastante vento, ideal para prática de surf e kitesurf, mas que exige muita cautela quando com crianças.

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praia do foguete

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praia do foguete

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praia do foguete

Um dia fomos até Búzios, cujo portal fica aproximadamente a 30 km do camping. A cidade estava completamente lotada e pegamos muito trânsito até as praias centrais. Almoçamos na Praia da Armação, fomos até a Igrejinha de Sant’Anna, Praia dos Ossos, demos uma volta de carro e passamos rapidamente pela Praia da Tartaruga, que estava insuportavelmente lotada. Aquela lotação toda na cidade me tirou um pouco do sério e fomos embora.

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praia da armação

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dormindo no mirante

No outro dia fomos até Arraial do Cabo, que fica muito próximo do camping, aproximadamente uns 5 km. A cidade também estava bem cheia, mas mais fácil de rodar que Búzios, mas quase impossível de estacionar. A grande estrela da cidade é o passeio de barco, que não fizemos dessa vez. Mesmo assim, a cidade conta com praias de tirar o fôlego e vistas lindíssimas. Fomos para o Pontal do Atalaia, de onde se tem a vista para vários pontos da cidade, em vários mirantes. O lugar é lindíssimo! Almoçamos em um restaurante com uma bela vista, que fica no caminho das prainhas. Não conseguimos ir até as prainhas, pois chega em um ponto na estrada que fica um pessoal da prefeitura controlando o acesso de carros, e no horário que fomos a praia já estava lotada e não permitiam mais carros. Fomos então até a Praia Grande, onde se chega de carro até a areia. Foi ótimo termos feito isso, pois diferentemente das outras praias, que estavam completamente abarrotadas, ali estava bem vazio, do jeito que a gente gosta. Não deu para entrar na água, que em Arraial é muito gelada, devido ao fenômeno da ressurgência. A água de lá só dá pra encarar depois de ficar embaixo do sol, que esquenta na mesma proporção com que a água gela! Como esse não era o caso dessa vez, ficar só na areia admirando a paisagem também vale a pena!

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mirante no pontal do atalaia

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capotada no restaurante

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praia grande

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praia grande

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mamando na praia… a vida é dura!

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olhos nos olhos

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que medo que a minha mãe me coloque nessa água gelada!

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praia grande

Saímos de Cabo Frio rumo à Paraty, que é o meu lugar favorito no mundo, e espero que seja o da Manu também. Nós vamos para Paraty todos os anos, é como se precisássemos passar por lá para recarregar a alma, sabe? Saímos de Cabo Frio no meio da manhã e chegamos em Paraty, via Rio-Santos, no comecinho da noite, mas com o dia ainda bastante claro. Ficamos no Camping Jabaquara, que é o camping que ficamos sempre. Talvez tenha sido a última vez que ficamos nesse camping, não porque o camping vá acabar, mas porque está cada vez mais complicado ficar lá. O camping não investe em melhoria nenhuma, o campista não é bem tratado, e os preços praticados nos principais feriados é abusivo. Felizmente estão surgindo novos campings que são boas alternativas a ele.

camping jabaquara

camping jabaquara

Em Paraty passeamos bastante pelo centro histórico, fizemos o trecho inicial da estrada para Cunha, passeamos pela praia do Jabaquara. Um dia encontramos uns amigos e fomos até o Centro de Visitantes da Usina Nuclear de Angra dos Reis e na volta paramos na Praia do Corumbê.

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praia do jabaquara, em frente ao camping

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praia do corumbê

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no canal em Paraty

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centro histórico

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capotada dentro do trailer

De Paraty fomos para nossa última parada, Ubatuba. Saímos de Paraty na hora do almoço e chegamos no camping de Ubatuba uma hora e meia depois. Entre o camping de Paraty e o de Ubatuba são 105 km. Ubatuba conta com diversos campings, mas quase nenhum aceita trailers e motorhomes. Ficamos então no Camping do CCB, que fica no sul de Ubatuba, entre as praias Maranduba e Sapê.

camping CCB Ubatuba

camping CCB Ubatuba

Esse camping do CCB de Ubatuba é um dos melhores da rede, a infra-estrutura está em boas condições, a limpeza dos banheiros é frequente, tem segurança, os RVs contam com relógios de luz e pontos para esgoto. Mas os pontos fortes mesmo desse camping são a praia fronteira, a cantina que é muito boa e está sempre funcionando e o fato de, nesse camping, sempre poder contar com o clima do campismo de verdade: sem bagunça, som alto, as pessoas interagindo umas com as outras, as crianças brincando livremente no camping. Geralmente quando ficamos nesse camping usamos os dias para descansar mesmo, curtir a praia, dificilmente saímos. E foi o que fizemos dessa vez também.

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praia do camping

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praia do camping

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na piscina na praia

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água morninha

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capotada na cantina

Vinte dias depois de ter saído de casa, arrumamos nossas coisas para voltar. Saímos do camping bem cedinho e na hora do almoço já estávamos em casa.

A Manu ficou super bem a viagem toda, mesmo sendo vários dias, vários destinos, o que nos rendeu um bom tempo em trânsito. Fez muito sol e calor a viagem inteira e isso não causou nenhum problema: evitávamos sair nos horários críticos, que acabávamos aproveitando para descansar. A piscina foi muito bem utilizada e quebrou um super galho. O fato da Manu só mamar no peito também é um grande facilitador, o alimento dela estava sempre pronto para a hora que ela quisesse. Em dias de muito calor a livre demanda é ainda mais importante, pois o bebê quem regula suas necessidades, e assim você tem certeza que ele está sempre hidratado. Acho que posso dizer que ela também aproveitou bastante a viagem: interage cada vez mais, brincou bastante, principalmente na água, é fortíssima candidata a miss simpatia, fazendo sucesso em TODOS os lugares, com TODAS as pessoas. Está enorme e gorducha, o que me deixa muito feliz por vê-la tão saudável e tranquila. E principalmente por sentir que ela também está feliz com a vida que temos escolhido para nós.

Total rodado: 2.144 km

 

 

dando a volta ao redor do Sol: três doze avos ou 90°

DSC_9885Novembro de 2013

Para comemorar os 3 meses da Manu resolvemos que iríamos para a praia. Afinal, já estava fazendo calor (não um calor escaldante, ainda) e ela aos 3 meses já vinha conquistando novos movimentos e já interagia bastante, então achamos que seria legal levá-la para conhecer o mar. Aproveitamos o feriado de 15 de novembro e antecipamos um pouquinho a comemoração. Escolhemos Bertioga, onde tem o camping do CCB, que fica bem perto de São Paulo. O camping faz fronteira com a areia da praia, que ali em frente é bem sossegada, com uma longa faixa de areia que é usada praticamente só pelos campistas, já que o camping fica em uma área resguardada por vegetação e sem urbanização ao seu redor.

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Saímos de casa no dia anterior ao feriado propriamente dito, ainda de manhã, para evitarmos o trânsito caótico que se instala na cidade nessas ocasiões. Uma coisa que de fato mudou na nossa rotina de viagem com o nascimento da Manu foi que agora nós não conseguimos mais sair cedíssimo para viajar, como sempre fazíamos. Primeiro porque, por escolha mesmo, eu evito ficar acordando ela muito cedo, acho judiação, até porque ela costuma acordar mais tarde, é o padrão de sono dela. Talvez quando ela deixar de ser bebê e for maiorzinha e já puder entender o que está acontecendo, a gente passe a acordá-la mais cedo para viajar, mas por enquanto evitamos. E segundo porque nunca sabemos o tempo que vamos levar para acordar, fazer as nossas coisas e depois acordá-la, trocar, dar mamá, essas coisas todas, que envolvem muitas variantes e não é nem de longe uma ciência exata. Mesmo assim, saímos de casa no meio da manhã e em duas horas estávamos no camping.

Essa foi a segunda vez que acampamos nesse camping. Na primeira ocasião, ficamos com o trailer em um lugar que não tinha sombra de árvore nenhuma, e quase cozinhamos lá dentro, definitivamente o ventilador não dava conta. Dessa vez com a Manu, mesmo tendo instalado um ar condicionado no trailer, não dava para correr esse risco. Até porque, mesmo que ficássemos com o ar condicionado lá dentro, precisávamos também que o toldo ficasse em área de sombra, para podermos aproveitar lá fora com ela, já que com um bebê não dá para passar o dia todo na praia. Paramos embaixo de um chapéu de sol com uma sombra maravilhosa e sequer ligamos o ar condicionado. Esse é um fator importante a se observar quando você acampa com um bebê ou criança. Escolher um camping que tenha árvores que forneçam boa sombra é imprescindível, porque você acaba passando mais tempo no seu equipamento (não importa qual seja, barraca, trailer, motorhome), e nada como a sombra de uma boa árvore para ficar com o bebê ao ar livre, que é o intuito primordial do camping, além de tornar mais agradável os períodos que forem passados dentro do equipamento, basicamente as horas de sono, que no caso dos bebês também precisam acontecer durante o dia.

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Nesse camping especificamente tem uma questão com a água, que não chega a ser um problema. Por ser captada de um rio que corre ao lado do camping, a água é salobra e um pouco marrom, principalmente em dias que chove muito. Os banheiros do camping são excelentes, foram reformados recentemente e bem modernos em relação ao padrão dos outros campings da rede CCB. Nos banheiros a pressão da água é grande e são banhos bastante caudalosos, o que atenua bastante essa cor da água, e por isso não vejo problemas na hora do banho. Talvez na hora de escovar os dentes das crianças pequenas seja bom usar a água que é levada para beber, já que eles ainda engolem bastante água nesse processo de escovação. Já para nós, que tomamos banho no trailer, tomamos alguns cuidados. No trailer temos uma caixa d’água, que é abastecida com a água do camping. Dessa maneira a água fica ali parada, e as eventuais sujeiras da água vão ficando depositadas no fundo da caixa. Como a Manu toma banho no chuveiro com a gente, cai bastante água no rosto dela, consequentemente na boca. Para evitarmos eventuais problemas e para tranquilizar a minha neurose, instalamos dois filtros na entrada de água do trailer. Um que usamos sempre, em qualquer camping, que não deixa grandes partículas de sujeira entrar (e assim evita que algum resíduo obstrua o aquecedor de água, que é a gás) e um outro desses que usamos em casa, que retira o cloro e torna a água potável. Nessa viagem também usamos solução de hipoclorito na água da caixa d’água, o que provavelmente foi um certo exagero da nossa parte. Mas de qualquer forma, acho que esses exageros são válidos se isso trouxer tranquilidade para a viagem, e claro, se não forem exageros que demandem grandes ações, para a viagem não virar uma epopeia desgastante.

Dessa vez ficamos 5 dias, já que era um feriado prolongado. Tivemos dias de sol e muito calor, mas nos últimos dois dias o tempo mudou e praticamente só choveu. Nos dias de sol, íamos para a praia com a Manu de manhã, e ali ficávamos uma hora mais ou menos, embaixo do guarda-sol. Quando passava das 11h e o sol começava a ficar mais quente, voltávamos para o trailer. Depois voltávamos para a praia mais para o final da tarde, depois das 16h, e íamos caminhar com a Manu no canguru, que dormia loguinho. Ainda não foi dessa vez que ela entrou no mar, só molhamos seu pezinho. A água ainda estava bem gelada e apesar do calor ventava bastante. No dia que choveu fomos até o centro da cidade, andamos um pouco pela praia principal, e voltamos para o camping, onde passamos a maior parte do tempo no trailer. Ficar dentro do trailer não foi um problema, porque agora ela já interage bastante com a gente, então dava para brincar com ela e o espaço da cama ainda era suficiente para ela se divertir. Às vezes ela ficava meio entediada e eu saía com ela para andar pelo camping.

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Nessa viagem foi a que ela melhor dormiu, dormindo 12h seguidas e dormindo sozinha durante a tarde, coisa que ela raramente faz em casa. A impressão que eu tenho é que no camping ela fica tranquila porque é quando nós estamos tranquilos. Também porque a qualidade da atenção e da presença que damos para ela é diferente da de casa, quando sempre tem alguma coisa para se fazer, sem falar que em casa sempre estamos mais cansados.

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Deixamos para voltar para casa na segunda-feira de manhã, depois que toda a loucura de trânsito da volta pós feriado passasse. Saímos do camping no meio da manhã e chegamos em casa 2:20h depois. Esse também é um fator que muda quando você vai viajar com bebês/crianças. A ida/volta precisam ser planejados a fim de evitar os piores dias e horários de trânsito nas datas que incluem feriados. Para nós especificamente isso não mudou muito, porque é algo que a gente já fazia quase sempre, principalmente depois que passamos a acampar com o trailer, e ainda mais quando no percurso existem serras para subir ou descer.

Total rodado: 313 km