450º

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Novembro de 2014

A acampada dos 15 meses da Manu se deu em um fim de semana e foi a mais corrida de todas. Fomos para Itu, em um camping que nós ainda não havíamos acampado: o Camping Chapéu de Sol. Fomos a convite dos proprietários do mesmo e acampamos todos juntos, de barraca. O camping é muito bom, fica em um lugar de natureza bem bonita, é muito arborizado, tem várias piscinas, quadras e um restaurante excelente.

Desta vez levamos a carretinha com todos os nossos apetrechos, matando assim a saudade desta que nos acompanhou em tantas acampadas, já que não a usávamos mais desde que compramos nosso trailer.

O fim de semana foi todo nublado, com garoa fina em muitos momentos, mas que em nada interferiu no acampamento. No sábado e no domingo almoçamos no restaurante do camping, que tem uma comida caseira de ótima qualidade, a Manu se esbaldou. No sábado à noite fizemos churrasco e uma fogueira, com direito à batata doce e muita conversa.

Foram dois dias bem gostosos, que passaram muito rápido e nos trouxeram novos amigos.

Na volta pra casa pegamos bastante trânsito, já que naquele fim de semana se encerrava  também um dos únicos feriados prolongados do ano, e levamos duas horas e meia pra chegar em casa.

Total rodado:  248 km

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nossa “vila”

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churrasco e fogueira

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Manu na carretinha

 

dando a volta ao redor do Sol: um doze avos ou 30°

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Setembro de 2013

Manu nasceu em uma família de campistas. O pai dela sempre foi, desde antes de nascer. Eu me tornei quando me apaixonei por ele. E me apaixonei também por acampar (e como não se apaixonar?). Acampar aqui em casa nunca foi por ser uma forma barata de viajar, apesar de algumas vezes ser mais barato viajar acampando do que de outras formas, mas isso (geralmente) não é regra e tem muuuuitas variantes, que outro dia abordo com mais cuidado. A gente acampa primeiramente porque a gente gosta, e muito. E porque é um jeito de estar mais próximo da natureza, algumas vezes bem dentro dela. Porque gostamos de ter liberdade, de poder ir para os lugares que derem na veneta, ficar mais tempo se o lugar for bom, ir embora logo se o lugar não for legal, sem planejamento de meses, sem reservas, sem burocracia. Porque gostamos de viajar de carro. E também porque acampando nós estamos em casa, não importa onde a gente esteja. Ah, e porque nós gostamos mesmo é dos nossos travesseiros, do nosso colchão e dos nossos lençóis.

E ai que a Manu nasceu e nós queríamos muito que ela também se apaixonasse pelo camping, que ela soubesse que aquela também era a casa dela, ou melhor, que a casa dela poderia ser em qualquer lugar. Que ela tivesse a alma livre, os sonhos leves, que ela aprendesse a sonhar sem ter limites. E que ela amasse e respeitasse a natureza. Que ela soubesse que a nossa casa está onde está o nosso coração.

A prática do camping te ensina muitas coisas, porque os limites entre o seu espaço e todo o resto é muito tênue. Você aprende que respeito tem que ser mútuo, que cuidado é imprescindível e que quando você preserva algo para o outro, está preservando para você mesmo, o que inclui a natureza, a limpeza, o barulho, a educação. No camping as pessoas se cumprimentam e muitas vezes se ajudam, mesmo sem nunca terem se visto (é claro que tem lá suas exceções). E é isso que queremos que a Manu aprenda, além, claro, de ter um contato com a natureza que São Paulo não permite.

E como “de pequenino é que se torce o pepino”, lá fomos nós comemorar seu primeiro mês! Cada novo mês, uma nova viagem.

Como seria a nossa primeira viagem, escolhemos um camping que já conhecíamos e que fosse bem perto de São Paulo, para qualquer eventualidade. O camping escolhido foi o Fazenda Paineiras, que fica em Itu, e é um camping super bem estruturado e com cantina. Também não era nenhum feriado, então já imaginávamos que seria tranquilo. Saímos de casa no horário de almoço e chegamos lá antes das 15h. Viajar de carro com bebezinho pequeno é muito tranquilo, acredito aliás que seja a época mais fácil para se viajar com bebês, que necessitam de muito pouco, colo e peito, basicamente. Dependendo do tempo de viagem, paradas de tempos em tempos para mamar e trocar uma fralda, e é basicamente o mesmo ritmo que temos para nós, que também precisamos parar para ir ao banheiro e tomar um café. Nessa viagem especificamente nem chegamos a parar, porque era bem perto.

No camping fazia bastante sol e calor. Passamos o fim de semana tranquilos, andando pelo camping, Marcos pescando, fazendo churrasco e descansando na rede. A Manu ficou tranquilíssima, parece nem ter percebido que não estava em casa. Dormiu normalmente à noite e dormia até melhor durante o dia do que costuma dormir em casa. A única coisa que exigiu um improviso foi o calor, porque estava bastante abafado mesmo, e para poder ficar dentro do trailer durante a tarde coloquei uma fralda molhada em frente ao ventilador, que deixa o ar mais fresco. De resto, tudo muito simples. Foi a viagem que levamos mais coisas pra ela, e mesmo assim foi pouca coisa: o moisés para ela dormir e o carrinho. Esse último é uma grande bobagem, porque quase não usamos. Inclusive, o carrinho foi o item mais caro do “enxoval” da Manu e o menos aproveitado, nós quase não usamos ele. Lugar de bebê de colo é no colo, a Manu adora, e nós também. Mas essa figura do bebê dentro do carrinho está tão colada na nossa mente, que a gente mal pára pra raciocinar. Mas esse é um assunto para outra hora, vamos voltar à viagem. Além dessas duas coisas, só levamos roupas, fraldas (para troca e para usar como paninho de múltipla utilidade), cueiros e material para higiene (que basicamente se resume a algodão e água, além do sabonete para banho). O banho, inclusive, é no chuveiro junto com a gente, que também é a maneira que tomamos banho em casa.

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O único contratempo da viagem foi um pessoal que estava no camping a fim de fazer barulho. O movimento no camping estava bem tranquilo, tinha algumas barracas com outras famílias, com crianças, mas também dois casais que não estavam lá para curtir um sossego, e, lei de Murphy, com um camping enorme e quase vazio, montaram suas coisas bem do lado da gente, ouvindo som nas alturas. Som em camping é sempre um problema, na minha opinião deveria ser proibido, pois é algo muito difícil de se controlar e invade muito o espaço do outro. Nós ficamos muito incomodados, mas a Manu mesmo pareceu nem perceber, nem atrapalhou o sono dela. A administração do camping interviu à noite, fazendo-os baixar o volume. Mas no dia seguinte lá estava o som ligado de novo, bem cedo, e com volume nas alturas. Tivemos que novamente ir reclamar ao camping, o que gerou um certo stress com os donos do som, que acabaram indo embora.

Fora isso foi tudo ótimo, o clima colaborou e a Manu parece ter adorado sua primeira acampada. Inclusive foi lá que ela deu seu primeiro sorriso voluntário para nós, acho que foi um sinal de que ela gostou de acampar! A volta para casa também foi tranquila, chegando em casa no final da tarde.

Total rodado: 243 km