480º – parte I

Dezembro de 2014 / Janeiro de 2015

Começamos nossa viagem de férias exatamente no dia que a Manu completava 16 meses. Ficamos 22 dias longe da nossa casa em São Paulo e ancoramos nossa casa rodante em 4 cidades ao longo desses dias. Foram dias muito bons e a Manu voltou de lá com um monte de novas experiências na bagagem de vida dela, aprendeu coisas novas: bichos, palavras, sons, sabores, temperaturas, texturas; conheceu novas pessoas e novos lugares. Voltou mais bronzeada, mais falante, mais comprida, com menos cara de bebê e mais jeitinho de mini-pessoa.

Foram tantas coisas, tantas fotos, que eu vou dividir as postagens dessa viagem em quatro partes, uma para cada cidade. Segue a primeira:

poço das esmeraldas

poço das esmeraldas

Dezembro de 2014 – Primeira parada, Serrinha do Alambari, RJ

Saímos de casa em um domingo, às 9h da manhã, com destino à Serrinha do Alambari, RJ, uma Área de Proteção Ambiental (A.P.A.) fronteira ao Parque Nacional do Itatiaia, que fica entre Penedo e Visconde de Mauá. No horário do almoço paramos em um posto na Dutra com várias opções de restaurantes lá dentro, compramos comida para viagem e fomos comer os três dentro do trailer. Depois do almoço seguimos viagem e chegamos ao camping às 15h.

Ficamos no camping do CCB-Serrinha, um camping velho conhecido nosso, onde já acampamos algumas vezes, de barraca e de trailer. Nós adoramos esse camping, que tem uma localização privilegiadíssima, fica entre os rios Santo Antônio e Pirapitinga, que se encontram na parte de baixo do terreno e por isso conta com vários poços e cachoeiras. Além de tudo é um camping super familiar, e sempre que vamos para lá encontramos muitas famílias acampando com crianças, o que é muito bom de se ver.

Para essa viagem, que seria a mais longa feita com a Manu desde que ela começou a comer pra valer, fizemos uma programação mais atenta em relação à comida. Aqui em casa a maioria das frutas, verduras e legumes que consumimos são orgânicos, comprados na feira de orgânicos semanalmente. Nós até abrimos exceção para alguns produtos não orgânicos às vezes, mas não com todos os alimentos, principalmente folhas e frutas/legumes em que a casca também é consumida. Assim, no sábado anterior à viagem, fomos à feira e nos abastecemos com tudo o que poderíamos levar, sabendo que no decorrer dos dias teríamos que comprar coisas que não fossem orgânicas. Preparei previamente e levei congelado ou na geladeira: potes de molho de tomate, molho pesto (sem queijo), milho cozido, vagem cozida e picada, cenoura ralada, cheiro verde picadinho, cebola batida no processador, feijão cozido, kaftas congeladas, além de legumes e frutas. Também levamos a nossa máquina de fazer pães, farinhas e cereais. Olhando assim até parece muita coisa, mas não é. A máquina ficava acomodada no porta-malas do carro e só a tirávamos de lá no dia que fôssemos usar. No final das contas esse esquema funcionou bem e conseguimos manter a alimentação da Manu (e a nossa também) bem dentro daquilo que acreditamos ser o melhor para a gente, com equilíbrio e fazendo as adaptações necessárias para que pudéssemos aproveitar as nossas férias dentro do que acreditamos e do que é possível fazer. Porque sim, é possível viajar e ficar muitos dias fora de casa com uma criança e não precisar recorrer à comidas industrializadas, enlatados e encaixotados, independente da maneira escolhida para se viajar. No caso do nosso trailer, a geladeira que possuímos é um frigobar pequeno, com um congelador super limitado, e mesmo assim conseguimos acomodar um monte de coisas. Para quem vai só de barraca, é possível levar algumas coisas congeladas numa geladeira de isopor e fazer as adaptações necessárias para que as refeições no local sejam feitas com produtos frescos que serão comprados no local e que não precisem tanto de refrigeração. Quem não acampa e opta por hotéis ou pousadas, além de ter a opção de se alimentar no restaurante desses estabelecimentos, também pode usar o frigobar dos quartos para armazenar seus próprios alimentos. Sem falar que não há nada mais prático que ter sempre por perto uma garrafa de água e frutas frescas previamente higienizadas, que não demandam trabalho nenhum, e são infinitamente melhores que sucos de caixinha cheios de açúcar, águas de coco cheias de sódio e biscoitos industrializados com um monte de ingredientes que mal sabemos o que são. Voltemos à viagem…

O camping da Serrinha, com sua localização privilegiada e natureza em abundância, é o tipo de camping ideal para quem quer descansar sem precisar sair do camping para aproveitar os dias. Assim, passamos alguns dias aproveitando as cachoeiras que existem dentro do próprio camping e descemos até Penedo um dia à tarde. Penedo é um distrito de Itatiaia, de colonização finlandesa, e fica bem próximo do camping. De vocação totalmente turística, o vilarejo tem várias lojinhas, restaurantes e sorveterias deliciosas, além da Casa do Papai Noel, que funciona o ano inteiro. Próximo ao camping também um trutário, o Trutas da Serrinha, onde é possível visitar os tanques de criação de trutas, pescar a sua própria truta ou ainda comprar a truta congelada. Em um dos dias fomos até lá, pescamos uma truta de 1,5kg, que fizemos depois na churrasqueira. A Manu até então não havia comido truta, e ela se acabou de comer, adorou!

No meio da nossa estada na Serrinha, um dia antes da véspera do Natal, trancamos o trailer e fomos só de carro até Taubaté, onde passamos o Natal com meus tios, primos, minha irmã, cunhado e avó. Foi uma delícia, a Manu aproveitou muito, e para minha surpresa ela ficou acordada até tarde, aproveitando toda a noite de Natal. No dia 25 pegamos a estrada de novo e voltamos para o camping, onde ficamos mais alguns dias.

No camping, como eu já disse, existem vários poços e cachoeiras, com acesso por trilha no meio da mata. Fomos em dois poços, o Poço das Esmeraldas, que é um poço melhor para ficar com a Manu, e por isso voltamos mais de um dia nele e o Poço da Coruja. As trilhas para se chegar a esses poços não são muito longas, acho que levamos uma meia hora para chegar em cada uma delas, mais meia hora para voltar. Para chegar até os poços as trilhas são todas na descida, sendo necessário se apoiar várias vezes em troncos e pedras para vencer os desníveis, e por isso o grau de dificuldade é médio. Apesar disso, foi super possível e até tranquilo acessar as cachoeiras com a Manu, que fez os percursos em um carregador de bebês do tipo mochila (nós usamos a mochilik, da Petlik Sling), que é super confortável tanto para ela quanto para quem carrega, que na maioria das vezes fui eu. Ela inclusive foi mamando em muitos desses percursos, chegando a dormir algumas vezes. O bom das trilhas no meio da mata é que elas são sombreadas na maior parte do tempo e por isso mais fresquinhas também.

No total ficamos sete dias na Serrinha, incluindo os dias que passamos em Taubaté. Abaixo algumas fotos dos dias na Serrinha. De lá, partimos para nossa próxima parada, na Serra da Bocaina, na cidade de Bananal.

Total parcial rodado: 665 km

camping da Serrinha, bastante arborizado e sobreado

camping da Serrinha, bastante arborizado e sombreado

outra do camping

outra do camping

assim que chegamos e escolhemos o lugar do nosso acampamento

assim que chegamos e escolhemos o lugar do nosso acampamento

acampamento montado

acampamento montado

trutário

trutário

Manu escolhendo a truta

Manu escolhendo a truta

assando...

assando…

almoço pronto

almoço pronto

o que sobrou...

o que sobrou…

algumas das trilhas do camping

algumas das trilhas do camping

poço da coruja

poço da coruja

poço da coruja

poço da coruja

poço da coruja

poço da coruja

indo a primeira vez no poço das esmeraldas

indo a primeira vez no poço das esmeraldas

poço das esmeraldas

poço das esmeraldas

poço das esmeraldas

poço das esmeraldas

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poço das esmeraldas

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poço das esmeraldas

poço das esmeraldas

poço das esmeraldas

mamando também na cachoeira - poço das esmeraldas

mamando também na cachoeira – poço das esmeraldas

indo no poço das esmeraldas pela segunda vez

indo no poço das esmeraldas pela segunda vez

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poço das esmeraldas

andando pelo camping antes de pegar a estrada novamente

andando pelo camping antes de pegar a estrada novamente

 

Continua…

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